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Feira do Livro da Ribeira Brava dá palco a escritores locais

Fotos DR/CMRB
Fotos DR/CMRB

A I Edição da Feira do Livro da Ribeira Brava ganhou vida esta tarde através de cinco escritores locais que subiram ao palco para falar das suas obras literárias.

O primeiro painel foi dedicado à poesia. Paulo Pereira recorreu aos filhos para apresentar a sua obra literária ‘O mundo não pára e as palavras também não’. Um trabalho que surgiu das publicações esporádicas no Facebook que deram origem a uma publicação de forma natural. Considera a sua escrita “imatura e nada profissional” num livro “simples e singelo, mas com muita simbologia”.

Aos 18 anos, Adelino Gonçalves começou a escrever poemas como forma de terapia e encontrou na escrita poética um escape para a rotina diária. Tem dois livros publicados ‘Vermelho’ e ‘Devaneios – vozes em silêncio cantam em Uníssono’ por considerar a poesia uma forma de estar na vida. A inspiração vem das vivências do dia-a-dia, como sejam as alegrias, as tristezas, a raiva, o amor ou o ódio.

Seguiu-se um painel dedicado à literatura de investigação a cargo de Andreia da Silva, Marisa Mendes e Nulita Andrade.

Natural do Lugar da Serra, no Campanário, Andreia da Silva escreveu ‘Histórias das Gentes de Cima’ onde retratou as dificuldades da vida nas zonas altas do concelho, numa altura em que não havia eletricidade, água potável ou acessos viários. A vontade das pessoas em transmitir as memórias de uma vida sofrida e a possibilidade de perpetuar um património e um legado histórico, foram o mote para a escrita desta obra que pretende registar as memórias de um povo.

Nulita Raquel Andrade, professora e investigadora, dedicou a sua dissertação de mestrado ao Visconde da Ribeira Brava na 1.ª República. A obra nasceu depois de dois anos de uma intensa investigação que levou a autora a Bragança, Beja e Vidigueira, onde Francisco Correia de Herédia, um dos homens mais influentes da Madeira, viveu e trabalhou.

 O painel complementou-se com Marisa Mendes. A jovem, natural do Campanário, tem uma obra dedicada ao Calhau da Lapa, um ex-libris do concelho que hoje está na moda como estância balnear, mas tem uma importância histórica. Servia de base aos pescadores e era porta de entrada e saída de pessoas e mercadorias por via marítima. É um lugar com história, com vivências e tradições.

A Feira do Livro é uma aposta do município na dinamização da criatividade e da cultura que nesta primeira edição deu palco aos talentos da terra e acolheu, esta manhã, uma palestra sobre a vida e obra do Padre Manuel Álvares. As atividades prosseguem até 5 de Maio.