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Acção disciplinar para polícias britânicos que prenderam atleta Ricardo dos Santos

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Foto REUTERS

Cinco agentes da polícia de Londres enfrentam ações disciplinares após a detenção em julho de 2020 do atleta português Ricardo dos Santos e da esposa britânica Bianca Williams por alegada discriminação racial, foi hoje anunciado. 

O atleta português de 27 anos, especialista dos 400 metros, e velocista britânica de 28 anos foram detidos em 04 de julho de 2020 no oeste de Londres enquanto viajavam de automóvel com o bebé de três meses, tendo sido algemados e revistados pela polícia, que não encontrou nada de irregular.

Vídeos da operação partilhados nas redes sociais causaram escândalo e a atleta acusou a polícia de ter parado o casal por causa da cor de pele.

Os cinco agentes serão convocados perante uma comissão disciplinar, informou hoje o Gabinete Independente de Comportamento Policial (IOPC), órgão responsável pelas denúncias contra a polícia.

Um oficial da polícia de Londres, Bas Javid, disse que "lamentava a angústia que o incidente causou a Williams e a Santos".

Num comunicado, os advogados do casal saudaram a decisão e pediram à polícia londrina que reflita "sobre a cultura do racismo que ainda é uma realidade dentro da organização".

O IOPC lançou em julho de 2020 uma grande investigação sobre a dimensão da discriminação racial na polícia britânica, na sequência do movimento 'Black Lives Matter'.

Como parte das manifestações antirracistas desencadeadas em todo o mundo pela morte de George Floyd, um norte-americano asfixiado por um polícia nos Estados Unidos, vários casos de possível violência policial contra minorias provocaram indignação no Reino Unido.

O presidente da Câmara Municipal de Londres, Sadiq Khan, responsável pela polícia de Londres, saudou hoje a investigação do IOPC e a conclusões. 

"É importante (...) que estes polícias sejam julgados o mais rapidamente possível" e que o "novo chefe de polícia de Londres tenha um plano mais eficaz para enfrentar os sérios problemas dentro da polícia londrina".

A ex-comissária da Scotland Yard, Cressida Dick, anunciou a demissão em fevereiro após um relatório negativo do IOPC que denunciava o comportamento racista, misógino e discriminatório dentro da força policial.