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Boris Johnson e António Guterres defendem "solução diplomática urgente"

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O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse hoje ao secretário-geral da ONU, António Guterres, que há "poucas evidências" de uma retirada das tropas russas na fronteira ucraniana e os dois líderes defenderam a necessidade de "uma solução diplomática urgente".

Boris Johnson e António Guterres concordaram, durante uma conversa telefónica, que um conflito naquela região teria consequências "catastróficas" e decidiram continuar o trabalho em conjunto para encontrar "uma solução diplomática urgente", revelou um porta-voz de Downing Street, gabinete da chefe de governo britânico.

Os dois líderes pretendem "evitar uma escalada militar desastrosa e uma crise humanitária".

Os ocidentais receiam uma invasão russa do território do país vizinho, como a de 2014 que culminou na anexação da península ucraniana da Crimeia.

O Kremlin (Presidência russa) rejeita ter uma intenção bélica nestas manobras e, na terça-feira, anunciou o regresso aos quartéis de algumas das suas tropas que nos últimos meses destacou para perto das fronteiras com a Ucrânia.

No entanto estes anúncios recentes despertaram desconfiança por parte dos ocidentais, que apontam que Moscovo mantém as suas tropas na fronteira.

O primeiro-ministro britânico e o responsável das Nações Unidas reiteraram também a responsabilidade dos estados de "se submeterem às suas obrigações sob a Carta das Nações Unidas e respeitarem a soberania e a integridade territorial dos membros da ONU", apontou ainda Downing Street.

A conversa telefónica decorreu na véspera da reunião do Conselho de Segurança da ONU, na quinta-feira, e Johnson e Guterres reafirmaram a necessidade de "todas as partes trabalharem de boa-fé para a implementação dos acordos de Minsk".

Estes acordos preveem, em última análise, o retorno dos territórios separatistas no leste da Ucrânia ao controlo de Kiev.

Nos últimos meses, Moscovo tem acusado a Ucrânia de querer inviabilizar os acordos, sendo que o processo de paz está de facto paralisado desde o final de 2019.