Madeira

Ex-agente da PSP assume ter transportado droga para a Madeira

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Cristiano S., um ex-agente da Polícia de Segurança Pública em Guimarães, assumiu, esta manhã, o seu envolvimento em quatro transportes de droga de Lisboa para a Madeira, por via aérea, entre Outubro de 2019 e Outubro de 2020. A confissão teve lugar no início do seu julgamento e de mais cinco arguidos no tribunal do Funchal (Edifício 2000) pelo crime de tráfico de estupefacientes.

Ao colectivo de juízas presidido por Fernanda Sequeira, o ex-polícia, de 38 anos, relatou de forma detalhada a sua participação na actividade criminosa. Assim, explicou que é toxicodependente e devido ao seu vício de consumo de cocaína não só acabou por ser expulso da PSP e passou a viver no seu carro, como também se envolveu no tráfico. Assim, por volta de Maio de 2019 conheceu um traficante da zona de Lisboa, que mais tarde lhe veio propor o transporte para a Madeira de um produto que sabia que era ilícito embora desconhecesse em concreto de que substância se tratava. Alegou que só mais tarde veio a saber que era heroína. Pelo serviço ganharia entre 1.400 e 2.000 euros.

O próprio Cristiano S. efectuou três viagens, levando na mala um pacote de droga, do tamanho de um “tijolo”, embrulhado em peças de vestuário. O ex-polícia identificou no tribunal os três arguidos a quem supostamente terá entregue a mercadoria, numa casa nas proximidades do Bairro da Palmeira, em Câmara de Lobos. Cristiano delegou no seu irmão, que também está a ser julgado neste processo, a participação na quarta e última viagem de transporte de heroína. Este arguido foi detido pela PJ a 20 de Outubro de 2020, quando desembarcava no Aeroporto da Madeira com 2,5 quilos de heroína na mala de viagem. Acabou por colaborar na investigação, numa operação de entrega simulada da droga na zona do Mercado dos Lavradores, que permitiu a detenção de um dos arguidos de Câmara de Lobos. Este último é o único dos seis arguidos que se encontra em prisão preventiva.

A ex-companheira de Cristiano S., residente no norte do país, é arguida no processo mas pediu que o julgamento decorresse na sua ausência. Na investigação havia um sétimo arguido, advogado de profissão, cujo julgamento vai decorrer em separado.