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Venezuelanos realizaram 6.560 protestos em 2021 para reclamar direitos sociais

Foto  Edgloris Marys/Shutterstock.com
Foto  Edgloris Marys/Shutterstock.com

Os venezuelanos realizaram 6.560 protestos no ano 2021, que correspondem a uma média de 18 por dia, segundo dados divulgados hoje Observatório Venezuelano de Conflitos Sociais (OVCS) .

Os dados revelam ainda que houve uma queda de 32% com relação a 2020, ano em que os venezuelanos realizaram 9.633 protestos, em média 26 por dia.

Maio, com 722, foi o mês que registou mais protestos, seguindo-se julho (671), junho (617), setembro (568), agosto (566), abril (548), novembro (521) e fevereiro (513).

Os dados dão conta ainda que em janeiro houve 489 protestos, em março 504, outubro 436 e 405 em dezembro de 2021.

"Os protestos sociais continuam motivando os cidadãos na exigência dos seus direitos à alimentação, saúde, habitação e trabalho (...) 4.853 protestos por direitos económicos, sociais, culturais e ambientais", explicou.

Dos protestos, 2.066 foram para exigir habitação digna, 2.105 para reivindicar direitos laborais, 1.240 por atenção saúde e 1.051 por participação política.

"Os manifestantes exigem que se garanta os direitos económicos e sociais, para uma vida digna, com serviços básicos, segurança, salários e empregos de qualidade", explica o relatório.

Segundo o documento os direitos laborais tiveram uma representação importante das exigências, com os venezuelanos a reclamar que "não há sobrevivência com 2 dólares mensais", a pedir que o salário seja pago em dólares. Também respeito pelos contratos coletivos e liberdade sindical.

Segundo o OVCS o maior número de protestos teve lugar em Lara (579), seguindo-se os Estados de Anzoátegui (509), Sucre (387), Mérida (375) e Táchira (352).

Pela primeira vez "se registaram 4 protestos nas Dependências Federais, que anteriormente não se tinham observado".

"O país inteiro protestou por serviços básicos. Não é apenas o desconforto de não ter água potável ou eletricidade que se arrasta no meio da Emergência Humanitária e que tem impacto na saúde", explica o OVCS.

O Observatório diz ainda que "há comunidades que se estão a inundar com água dos esgotos e que vivem no meio da contaminação. As autoridades têm ignorado as queixas e é uma situação que se está a expandir com uma força crescente".

Por outro lado, "manteve-se um esquema de corrupção, irregularidades e abuso de poder na distribuição de gasolina, mas também na venda de gás doméstico, e mesmo na atribuição de bolsas de alimentos subsidiados".