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Roma tenta desencorajar ataque de Moscovo e defende regresso ao diálogo

Foto Fred TANNEAU/AFP
Foto Fred TANNEAU/AFP

O ministro italiano dos Negócios Estrangeiros, Luigi Di Maio, tentou hoje desencorajar Moscovo de avançar com uma "agressão" contra a Ucrânia, defendendo o diálogo diplomático, com mensagens claras dos aliados europeus, NATO e OSCE, para encontrar uma solução.

"Estamos determinados a transmitir mensagens claras, unitárias e firmes a Moscovo, em estreita coordenação com os nossos parceiros e aliados europeus, a NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e a OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa), para desencorajar qualquer agressão ou escalada", disse Di Maio.

"Continuamos empenhados em promover um diálogo diplomático e sustentável, também no âmbito dos acordos de Minsk e do formato da Normandia", acrescentou o ministro italiano, numa conferência de imprensa após uma reunião, em Roma, com o seu homólogo do Qatar, Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani.

Di Maio está a ponderar uma viagem a Kiev e a Moscovo nos próximos dias para abordar a situação num diálogo que permita reduzir as crescentes tensões na região, mas a deslocação ainda não está confirmada, segundo fontes oficiais citadas pela agência de notícias espanhola EFE.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros italiano aconselhou este fim de semana os italianos na Ucrânia a deixarem temporariamente o país, devido às tensões com a Rússia, e retirou pessoal não essencial da sua embaixada em Kiev, que mantém, contudo, operacional.

Itália juntou-se assim a vários países europeus que já pediram aos seus cidadãos que deixem a Ucrânia o mais rapidamente possível, incluindo Espanha, Alemanha, Reino Unido, Países Baixos, Dinamarca, Suécia e também Portugal.

O ministro português dos Negócios Estrangeiros disse este sábado que Portugal não recomenda viagens à Ucrânia e que os serviços consulares sugerem aos portugueses que lá residem que deixem temporariamente o país.

"Quanto aos portugueses que residem na Ucrânia, que são cerca de 240, a Embaixada e secção consular em Kiev estão em contacto permanente com todos eles. Aqueles que não tenham de permanecer por razões essenciais na Ucrânia, que ponderem afastar-se temporariamente desse país", disse Augusto Santos Silva.

Hoje também o Governo grego aconselhou os seus cidadãos que se encontram na Ucrânia a "abandonarem o país imediatamente" face à probabilidade de uma invasão russa e à crescente tensão dos últimos dias.

Marrocos foi mais longe e anunciou que vai repatriar os seus cidadãos que se encontram na Ucrânia num voo que sairá terça-feira de Kiev.