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"Não podemos admitir a censura", diz Bolsonaro em campanha

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O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, disse hoje a centenas de apoiantes num ato de campanha em Guarulhos, em São Paulo, que eles não podem admitir a censura, referindo-se a decisões judiciais contra uma empresa de comunicação social que o apoia.

"Hoje temos que falar da importância da liberdade. Um homem e uma mulher sem liberdade não vivem. Não podemos admitir censura em nosso país" afirmou o Presidente brasileiro.

"Há dois anos venho falando da palavra liberdade como se estivesse pregando no deserto. Hoje a água bateu na cintura de toda a imprensa brasileira. Imprensa tem que ter liberdade até para errar", acrescentou referindo-se a Jovem Pan, um conglomerado de comunicação que possui rádios e um canal de televisão que foi alvo de decisões da justiça eleitoral por alegadamente atacar o candidato Luiz Inácio Lula da Silva e fazer uma cobertura desigual do sufrágio.

Segundo o Presidente brasileiro, após o dia 30 de outubro caso seja reeleito, o país alcançará a liberdade.

"Nós não queremos, nós não podemos permitir que a nossa liberdade continue sendo açoitada", afirmou Bolsonaro.

"A censura não pode dirigir nosso país. A Jovem Pan seria a primeira", completou insinuando que com a vitória de seu adversário haveria censura aos meios de comunicação social brasileiros.

Bolsonaro iniciou o seu discurso exaltando aliados políticos como Tarcísio de Freitas, o candidato ao governo do estado de São Paulo que apoia e que foi ministro de seu Governo.

O Presidente brasileiro disse sentir enorme satisfação ver as pessoas de verde e amarelo que o aguardavam e o receberam em clima de festa.

"Vocês aqui são muito importantes", frisou.

Em outros momentos de seu discurso, o chefe de Estado retomou a agenda de costumes sempre presente em seus discursos.

"Para nós a família é um presente de Deus, ali é o nosso alicerce, ali está nossa vida, o nosso futuro, ali o momento de alegria e tristeza (...) Vocês sabem que o outro lado quer liberar as drogas, vocês sabem que o lado de lá fala muito em ideologia de género", acusou.

"Neste momento, indo para o encerramento, mais do que escolher um governador para São Paulo e um Presidente para o Brasil escolhemos uma forma de vida daqui para a frente (...) Eu venho falando de Deus, pátria, família e liberdade", exclamou.

Interrompido algumas vezes pelo público que o apelidava de "mito", concluiu agradecendo "a Deus pela missão de ser Presidente desta grande nação (...) muito obrigada por este momento, por esta presença, por esta pintura verde e amarela."

O ato de campanha de Bolsonaro e do candidato ao governo do Estado de São Paulo, Tarcísio de Feiras, acontece num momento em que o Presidente brasileiro tenta ampliar vantagem eleitoral que conquistou na primeira volta das eleições em São Paulo, o maior colégio eleitoral do país, que deu ao governante uma vantagem de pouco mais de um milhão e oitocentos mil votos sobre o rival Lula da Silva.

Na primeira volta, Bolsonaro obteve a preferência de 47,71% do eleitorado paulista somando 12,2 milhões de votos, enquanto Lula da Silva obteve a preferência de 40,89% dos eleitores (10,4 milhões).

Em Guarulhos, Bolsonaro obteve 45,46% dos votos para a Presidência (331.178), enquanto Lula da Silva registou 42,79% dos votos (311.756) do município.

A segunda volta das eleições presidenciais do Brasil, disputada por Jair Bolsonaro e Lula da Silva, acontece em 30 de outubro.

As sondagens indicam que Lula da Silva mantém uma vantagem de cerca de 4 pontos para o atual presidente nesta eleição cujo resultado é incerto e que poderá terminar com uma das menores diferenças entre os candidatos ao cargo máximo do executivo do país.