A Guerra Mundo

Biden critica republicanos por quererem cortar ajuda financeira à Ucrânia

Foto EPA/MICHAEL REYNOLDS
Foto EPA/MICHAEL REYNOLDS

O Presidente norte-americano, Joe Biden, criticou na quinta-feira os republicanos por quererem reduzir o financiamento à Ucrânia em caso de vitória nas eleições intercalares de novembro.

"Eles [os republicanos] dizem que, se vencerem, provavelmente não continuarão a financiar a Ucrânia", disse o chefe de Estado, durante um evento de arrecadação de fundos em Filadélfia, na Pensilvânia, um estado-chave para as eleições de meio de mandato.

"Eles não entendem. Isto é muito maior que a Ucrânia. É a Europa Oriental. É a NATO", criticou Biden, avaliando que os republicanos "não entendem a política externa norte-americana".

O líder dos republicanos na Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, alertou na terça-feira que o seu partido não passará um "cheque em branco" à Ucrânia, se conquistar a maioria dos assentos na Câmara nas eleições de 08 de novembro.

Até ao momento, o apoio financeiro dos Estados Unidos à Ucrânia tem alcançado um forte apoio bipartidário no Senado e na Câmara dos Representantes desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro.

Desde que chegou à Casa Branca, em janeiro de 2021, Biden já enviou mais de 17,5 mil milhões de dólares (17,9 mil milhões de euros) em ajuda militar a Kiev.

Biden esteve em Filadélfia na quinta-feira para encabeçar uma campanha de arrecadação de fundos em prol do democrata John Fetterman, que concorre a uma vaga no Senado.

Fetterman, vice-governador da Pensilvânia, está no centro de uma corrida acirrada contra o cirurgião republicano e celebridade televisiva Mehmet Oz, também conhecido como Dr Oz.

A vantagem de Fetterman, antes confortável, recuou de 11 pontos em meados de setembro para cerca de cinco pontos nas últimas sondagens.

Fetterman sofreu um acidente vascular cerebral em maio, do qual afirma estar a recuperar, mas que o impediu de fazer campanha em público durante várias semanas.

No evento, Biden disse à multidão que perder o controlo do Senado significaria o fim dos custos mais baixos do programa de saúde Medicare, seria uma ameaça à democracia e aos direitos ao aborto e seria uma vitória para os "republicanos do MAGA", o icónico 'slogan' de campanha de Donald Trump: 'Make America Great Again' [Tornar a América Grande de Novo].

"O resto do mundo também está a olhar para esta eleição. Os bons e os maus. Temos que vencer. John [Fetterman] tem que ganhar. (...) Se não mantivermos o Senado e a Câmara dos Representantes nesta próxima eleição, muita coisa vai mudar", anteviu o chefe de Estado.

Analistas consideram a Pensilvânia um dos estados-chave que os democratas precisam de vencer para reter o controlo do Senado após 08 de novembro. Na Câmara dos Representantes, a luta promete ser ainda mais difícil.

Horas antes, Biden havia divulgado o seu plano de investimento em infraestrutura, durante uma visita a uma ponte que está a ser reparada em Pittsburgh, na Pensilvânia.

O plano que os democratas conseguiram aprovar num Congresso dividido é "o maior investimento" da história americana, disse Biden, perto da ponte Fern Hollow, que desabou em janeiro e que agora o Presidente quer transformar num símbolo do sucesso do seu programa.

"Não há lugar melhor para falar sobre a reconstrução da espinha dorsal da América, a classe média", declarou.

"Quero que vocês sintam o que eu sinto: orgulho, orgulho do que podemos fazer quando trabalhamos juntos", acrescentou o democrata, num discurso destinado a reunir os democratas, três semanas antes das eleições de meio de mandato.

Biden estará de volta à Pensilvânia na próxima semana, com a vice-presidente, Kamala Harris, para se reunir com o comité estadual da Pensilvânia. O candidato democrata John Fetterman e o procurador-geral Josh Shapiro também são esperados na reunião.