Se eu pudesse… mas, eu posso…

Criança muito querida:

Se eu pudesse, calava o barulho das armas

e semeava sinfonias de esperança

onde reinam a fome e o desespero.

Se eu pudesse, plantava flores

onde crescem ervas destruidoras de sonhos tão jovens.

Se eu pudesse, gritava aos homens

Que parassem p´ra conversar

e que olhassem a dor

que andam a semear.

Se eu pudesse, fecharia as fábricas

onde a morte se produz;

abria novas portas

por onde entrasse muita luz.

Se eu pudesse, dar-te do meu pão

e da minha água a beber

não te deixava nessa solidão

em que te fazem viver.

Mas,

eu posso

cuidar de ti com carinho e desvelo

e, assim, ir preparando um futuro

mais feliz para esta humanidade

a quem este vírus tem mergulhado

na dor e no desespero.

O Amanhã há-de ser melhor, acredita.

1 de Junho de 2021

 Graziela Camacho