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O que nos falta?

‘Permiti-me que vos diga a verdade: se um dia o fascismo chegar à América, chegará em nome da liberdade.’ - palavras de Thomas Mann, numa advertência ao povo Americano.

Os acontecimentos recentes alertam-nos para a ameaça real deste pensamento, já para não falarmos de factos históricos do século passado.

Esta simples, mas indesmentível frase clarifica e resume todos os perigos que estamos passando neste período terrível de restrição à liberdade.

Montados nas suas dúvidas sobre a situação real que o SARS 2 - COVID 19 lhes trará num futuro próximo, ou mesmo porque “tiranetes” impolutos os têm tratado com desprezo e cobardia, muitos dos nossos concidadãos procuram ajuda psiquiátrica.

Em nome da liberdade, assistimos aos mais diversos e inconfessáveis desígnios do exercício voluntário e consciente da tirania.

Se atentarmos nas estatísticas que o INE continua a fornecer - no que concerne a mortes - quando comparado com o homologo passado, constatamos que algo nos está a ser escondido ou mal explicado.

Quando atentamos ainda sobre a produção efetiva dos profissionais de saúde, só imaginamos a pressão que está a ser exercida sobre aqueles que diretamente tratam os doentes portadores de COVID. E os MUITOS outros? Onde exercem? Ser-lhes-ão dadas as condições de continuarem a exercer naturalmente e sem restrições? Quem pensa nisso? Quem dirige, preocupa-se com a pressão dos doentes COVID e esquece tudo o resto? Só assim se entenderá o que as estatísticas evidenciam.

Claro que o medo justificará a não procura evidente dos habituais lugares de consulta… Mas, quem tem a obrigação de servir tem também a obrigação de procurar alternativas para que esses concidadãos possam ser assistidos em segurança e sem receios.

Passaram-se 15 meses e não surgiram quaisquer alternativas às mais banais consultas de seguimento. Todos estão a aguardar, não sabem bem o quê. Os hospitais e centros de saúde continuam a receber os doentes, nas mesmas condições do passado. Não há circuitos definidos. Melhor dizendo, há circuitos mal definidos. Não há distanciamento e higiene nos locais devidos. As esperas continuam a fazer-se no exterior dos edifícios, às intempéries e em total desconforto, sejam os hospitais ou outra qualquer repartição pública. Os atendimentos por via da internet (só para alguns!) continua obstruída e pouco utilizada.

Ouvimos regularmente nas TVs desabafos de especialistas em oncologia, cirurgiões, pediatras, cardiologistas etc. referindo-se estes factos. Recuperação, falam uns; outros, nos diagnósticos que não foram feitos; e outros ainda, nos doentes que desapareceram do seu controlo. Quem vai fazer o resumo do que se está a passar?

Falo na generalidade do nosso país e não em particular do nosso cantinho insular, onde por vezes ficamos com a sensação de que as coisas têm sido diferentes. Mas será essa a realidade? Confesso que necessito de melhores informações. Digo, precisamos de melhores informações de maneira a podermos contribuir para a melhoria da nossa saúde, quer física quer mental.