Madeira

"Sobre a tirania da morte, ergue-se o troféu da vida"

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"Hoje, nesta celebração de Sexta-feira Santa (...) importa-nos perceber como, na nossa vida cristã, nos devemos confrontar com a cruz salvadora, e como podemos deixar que aquele acontecimento histórico e as narrações que no-lo fazem conhecido sejam portadores de sentido e de vida para a nossa existência e para a existência do mundo. O que nos importa é deixar que Deus faça Páscoa connosco e passe pela nossa vida".

As palavras de D. Nuno Brás na homilia desta Sexta-feira Santa convidam os fiéis a olhar para além da 'fealdade' da cruxificação de Jesus Cristo e a ver no 'Calvário' um lugar "onde a morte se transformou em vida".

"Sobre a tirania da morte, ergue-se o troféu da vida".

Uma mensagem de superação e esperança numa Páscoa que volta a ser vivida com restrições, devido à pandemia de covia-19.

Na eucaristia celebrada, esta tarde, na Sé do Funchal, o bispo fez ainda um paralelismo entre Cristo e Adão - "o primeiro homem" - cujo túmulo se encontraria no mesmo lugar onde Jesus foi cruxificado. 

"Da terra, da morte, brota um madeiro. Se, em Adão, a morte tinha chegado pela árvore do Paraíso, agora uma outra árvore sustenta o novo Adão. Se, no início, com Adão, encontramos a desobediência e a revolta frente a Deus, agora encontramos a obediência e a entrega. Se, no início, encontramos o homem que se quer colocar no lugar de Deus, agora contemplamos a Deus que se humilha a si mesmo até à morte de cruz. A raiz da árvore da cruz são o pecado e a morte, o homem velho. Mas, das raízes da morte e do pecado, a cruz ergue-se até ao céu como caminho que, por meio de Jesus, nos conduz, definitivamente ao Pai e à vida eterna. Nova humanidade, nascida do lado do novo Adão".

Uma analogia à renovação da fé, ou não fosse esse afinal o significado da Páscoa para os cristãos.