Saída da Uber prejudica o povo madeirense (II)

Custa-nos imenso perceber o porquê destas decisões políticas penalizadoras da implementação de serviços desta envergadura na RAM.

Porquê este favorecimento a um sector tradicional que, devido à falta de concorrência, presta mau serviço aos madeirenses e ao turista que nos visita, com a cobrança de preços, muitas vezes, exorbitantes e serviço de qualidade inferior?

Porquê prescindir de um serviço que qualidade que contribui, por um lado, para a imagem de excelência que se quer apresentar lá fora, e por outro, com receitas para o erário público e para o consequente desenvolvimento da ilha?

É por estas razões que queremos solicitar aos órgãos competentes que (re)pensem a gestão que está a ser feita e tentem negociar com a plataforma, de modo que esta não deixe de operar dentro da Região.

Encontrem parâmetros justos para ambas as partes interessadas, sejam elas afetadas por um considerável número de viaturas a concorrer com um serviço de qualidade, ou por um número de viaturas que não consiga satisfazer as necessidades do negócio, ou dos utilizadores – o povo madeirense e os turistas que nos visitam.

Queremos pedir que sejam ouvidas as motivações e analisadas as quantidades de viaturas que foram recomendadas e apresentadas anteriormente pela Uber à Segunda Comissão Especializada Permanente de Economia, Finanças e Turismo, previamente à formulação da referida lei e, desta maneira, chegar a algum acordo, realmente benéfico para todas as partes, e desta maneira conseguirmos reverter a saída da Uber.

Nós somos um grupo de operadores e motoristas a trabalhar na ilha e achámos esta saída uma grande perda para o mercado regional e para o progresso da nossa região, já que esta saída afeta os nossos interesses e os dos madeirenses.

Não estamos a pedir um número ilimitado de viaturas a funcionar dentro destas plataformas, pelo contrário, concordamos com um contingente, o único que precisamos é que seja um contingente aceitável para a sustentabilidade da Uber e das suas operações na Madeira.

Isto tudo para que realmente se consiga cobrir as necessidades dos madeirenses e turistas, dentro dos tempos e padrões de qualidade que têm feito estas plataformas gozarem de boa fama a nível mundial.

Achamos injusto sermos privados desta evolução que coloca o mundo dos transportes públicos na vanguarda das tecnologias e da excelência do serviço, a par do que de melhor se faz a nível mundial.

A saída da UBER da região faz-nos recuar em matéria de desenvolvimento e globalização e isso afeta até mesmo a economia turística da região.

Pedimos tolerância e liberdade económica.

Só queremos trabalhar,

Só queremos trazer coisas boas para a Região, que é o nosso lar, e fazermos crescer e movimentar a economia,

Reivindicamos direitos, respeito e dignidade, enquanto empresários, enquanto operadores, enquanto utilizadores, enquanto Madeirenses.

Félix Lugo

Comissão de Trabalho dos Operadores/Motoristas TVDE RAM