Prioridades

Em Dez./2020 o Governo estabeleceu critérios definindo fases e prioridades para a vacinação contra a Covid19. 1ª: Profissionais de saúde prestando cuidados a doentes; Profissionais das Forças Armadas, de Segurança e serviços essenciais; Profissionais e residentes em Lares e instituições similares; Profissionais e utentes da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados; Pessoas com 50 ou mais anos padecendo de pelo menos 1 de diversas patologias (lista publicada). 2ª: Pessoas de idade de 65 anos ainda não vacinadas e entre os 50 e os 64 anos inclusive com pelo menos 1 de diversas patologias (lista publicada). 3ª: Restante população. Foram entretanto feitas alterações aos critérios passando a incluir na 1ª fase pessoas com mais de 80 anos, bombeiros e titulares de cargos mais elevados na hierarquia político governativa. Os “desenrascados” trataram de descobrir a “melhor” forma de “enquadrar-se” na 1ª fase e serem vacinados o mais cedo possível com as “cunhas” a funcionar em pleno. Entende-se por razões óbvias a prioridade na vacinação dos utentes dos Lares e de algumas categorias profissionais – pessoal da Saúde, forças de segurança, bombeiros - que estão na linha da frente da luta contra a pandemia e/ou asseguram serviços essenciais para evitar que sejam contaminados pelo vírus e impedidos de prestar a imprescindível assistência nomeadamente aos numerosos doentes graves internados nos hospitais. A partir daqui o critério deveria ser a idade como preconizam há muito vários especialistas. Nada justifica que mais de 200.000 professores e pessoal não docente das escolas, quase a população da RAM, sejam prioritários na vacinação, quando ainda nem sequer a totalidade dos maiores de 80 anos nem os profissionais de saúde da linha da frente foram vacinados. Só que simplicidade e transparência nunca se coadunaram com a governação do País mais predisposta a definir prioridades consoante os interesses políticos em jogo em detrimento do interesse da população.

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