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Banco Montepio passa de lucro a prejuízo em 2020

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O banco Montepio anunciou hoje que registou um prejuízo de 80,7 milhões de euros em 2020, contra um lucro de 22 milhões de euros em 2019, num resultado influenciado pelo "impacto desfavorável" da pandemia covid-19.

Em comunicado, o banco explica que os resultados foram influenciados pelo impacto desfavorável induzido pela pandemia covid-19, que levou, nomeadamente, ao reforço da imparidade para riscos de crédito (77,5 milhões de euros), bem como a custos não recorrentes relacionados com o plano de ajustamento em curso (35,1 milhões de euros).

Segundo o Montepio, o objetivo global traçado no plano de ajustamento para a otimização da rede de balcões em 2020 foi alcançado, tendo encerrado 37 balcões, na rede de retalho.

Em resultado do programa de rescisões por mútuo acordo e reformas antecipadas, a que acrescem as reformas por limite de idade, o número de colaboradores reduziu-se em 241, sinaliza.

No contexto da covid-19 e ao abrigo do regime especial de auxílio proporcionado às famílias e às empresas, o banco Montepio concedeu 38 mil moratórias que totalizaram 3,2 mil milhões de euros com referência em 31 de dezembro de 2020.

De acordo com o banco, apesar do resultado negativo, a 'performance' de negócio permitiu inverter a tendência decrescente do crédito a clientes (bruto) observada na última década, que registou em 2020 uma evolução favorável (de 336 milhões de euros), ascendendo a 12.357 milhões de euros.

No final de 2020, refere, o ativo total do banco Montepio ascendeu a 17.941 milhões de euros, comparando favoravelmente com o valor de 17.740 milhões de euros divulgado em 31 de dezembro de 2019.

O crescimento da carteira de crédito foi concretizado "em simultâneo com a melhoria dos indicadores da qualidade do crédito e, que beneficiaram de uma rigorosa disciplina de tomada de risco de crédito, bem como das medidas que foram aprovadas e adotadas nas áreas de acompanhamento e de recuperação de crédito".

De acordo com o Montepio, a qualidade da carteira de crédito, avaliada pela proporção dos ativos não produtivos (na sigla inglesa, NPE - non performing exposures) sobre o total do crédito, registou uma evolução favorável tendo o rácio NPE passado de 12,2% em 31 de dezembro de 2019 para 10,4% no final de 2020.

A cobertura dos ativos não produtivos por imparidades - refletindo o reforço de imparidades concretizado no exercício de 2020, com destaque para o que resultou da atualização dos cenários macroeconómicos devido à pandemia determinada pela covid-19 e do aumento das imparidades em algumas exposições - registou uma melhoria de 52,1% em 31 de dezembro de 2019 para 60,4% no final de 2020, acrescenta.