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Colin Powell sempre cultivou bom relacionamento com Portugal

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Foto Lusa

O ministro dos Negócios Estrangeiros lamentou hoje a morte do general norte-americano Colin Powell, recordando-o como um "grande chefe militar" e posteriormente um secretário de Estado que sempre cultivou um bom relacionamento com Portugal.

"O general Colin Powell foi um grande chefe militar norte-americano e foi, depois, um secretário de Estado que sempre cultivou, aliás, um bom relacionamento com Portugal, e sempre compreendeu a importância da aliança bilateral entre os Estados Unidos e Portugal, em particular a função estratégica dos Açores e da Base das Lajes nessa aliança", declarou Augusto Santos Silva.

O ministro, que falava no final de uma reunião dos chefes da diplomacia da União Europeia (UE), no Luxemburgo, durante a qual os 27 foram informados da morte do general norte-americano, admitiu que a carreira de Colin Powell também ficou marcada, como o próprio reconhecia, pela sua intervenção no Conselho de Segurança das Nações Unidas em 2003 a defender a invasão do Iraque, devido à suposta existência de armas de destruição em massa, que se revelou mais tarde falsa, mas preferiu neste momento destacar "os méritos".

"A hora da morte não é propriamente a hora de nós salientarmos as divergências, mas sim de salientarmos os méritos e as convergências", afirmou o ministro.

O ex-secretário de Estado do ex-Presidente dos EUA George W. Bush, Colin Powell, morreu aos 84 anos, devido a "complicações de covid-19", anunciou hoje a família.

"Perdemos um marido, pai e avô notável e amoroso, e um grande americano", comunicou a família, num comunicado.

Powell foi o primeiro afro-americano a ocupar o cargo de chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, antes de se tornar o chefe da diplomacia norte-americana sob a presidência republicana de George W. Bush.

O general foi uma peça chave no Governo de George W. Bush na luta contra o terrorismo, após os ataques de 11 de setembro de 2001, tirando proveito do conhecimento adquirido em particular pela sua passagem como chefe do Estado-Maior Conjunto, onde chegou em 1990.

Em 1989, Powell foi o estratego da invasão militar norte-americana do Panamá, que visou derrubar o ditador Manuel Noriega, cujo sucesso lhe valeu a atribuição da responsabilidade da operação Tempestade no Deserto, durante a Guerra do Golfo (1990-91).

Powell retirou-se da carreira militar em 1993, mantendo a sua atividade nessa área limitada a dar conferências e a escrever livros, tendo sido por várias vezes apontado como um possível candidato do Partido Republicano, apesar da sua condição de independente.

Em 2008, contudo, Powell manifestou publicamente o seu apoio à candidatura presidencial do democrata Barack Obama, no seu primeiro mandato.