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Política de Washington contra Caracas e Irão fracassou

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Os Estados Unidos fracassaram na sua política contra o Irão e a Venezuela, considerou hoje o ministro de Relações Exteriores venezuelano, Jorge Arreaza, sublinhando que os dois países continuam a lutar pela sua soberania".

"Neste momento, o que está a acontecer nos EUA, seja o que for (resultados das eleições presidenciais), já podemos dizer que a estratégia fracassou, na intenção de influenciar os destinos do Irão e da Venezuela", disse.

Jorge Arreaza falava durante a conferência "A Venezuela e o Irão na defesa de um mundo (que está) por fazer", em que também participou o seu homólogo iraniano Mohammad Javad Zarif, em Caracas, organizado pelo recém-criado Instituto Samuel Robinson -- Centro de Estudos para o Pensamento Originário.

"Os Estados Unidos sempre quiseram dominar para satisfazer os seus vis interesses políticos e económicos, essa manobra costuma analisar as vulnerabilidades dos Estados, e então uma espécie de acordo e capitulação é oferecido a esses países para retirar as sanções, como tentaram fazer com Venezuela e o Irão", disse.

Arreaza disse ainda que "se os EUA decidirem mudar o seu enfoque, então teremos um mundo melhor", sublinhando que "o Governo norte-americano e o mundo industrializado estão atemorizados pelo surgimento de novas potências e por isso recorrem ao terrorismo contra o povo iraniano e venezuelano".

Na sua intervenção, o ministro iraniano, Mohammad Javad Zarif, acusou os EUA de ter invadido e saqueado o Médio Oriente, "estabelecendo um sistema de terrorismo" e uma guerra que marcou o período entre 1990 e 2003.

"Os EUA gastam 600.000 milhões de dólares (cerca de 513.000 milhões de euros) em armas. Pensaram que podiam estabelecer a sua hegemonia, através da força militar, e evitar a mudança da ordem global", disse.

Segundo Mohammad Javad Zarif, "a máxima pressão, revelada pelos EUA, não é uma amostra de fortaleza, mas sim uma amostra do seu desespero".

Mohammad Javad Zarif iniciou quarta-feira uma visita de vários dias à Venezuela, durante os quais, segundo as autoridades locais, terá uma "intensa agenda" de trabalho centrada em aprofundar as relações estratégias bilaterais.

Hoje, a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, presidiu a uma reunião em que os dois chefes da diplomacia venezuelana e iraniana, e outros representantes do Governo do Presidente Nicolás Maduro passaram revista projetos de cooperação bilateral nos setores da energia, saúde, agricultura e alimentação.

A visita de Mohammad Javad Zarif à Venezuela tem lugar depois de o Presidente Nicolás Maduro anunciar, no passado dia 28 de outubro que o seu país vai ativar um Conselho Militar Científico e Tecnológico para, com o apoio da Rússia, China, Irão e Cuba, criar um sistema de armas independente.

"Estamos a rever os preparativos para o centenário da Aviação Militar Bolivariana e vamos ativar por 'todo lo alto' [com grande estilo] o Conselho Científico Tecnológico Militar, que vai dar independência ao sistema de armas da Venezuela", disse à televisão estatal venezuelana.

A visita do chefe da diplomacia iraniana decorre ainda numa altura em que a Venezuela enfrenta dificuldades para abastecer o mercado local de gasolina e de o Irão ter enviado para Caracas pelo menos oito petroleiros com combustível.

Segundo o canal estatal Telesul o ministro iraniano prevê assistir à cerimónia de posse do novo Presidente da Bolívia, Luís Arce, prevista para 08 de novembro, e visitará também Havana.

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