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Governo britânico prolonga regime de 'layoff' até final de Março

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O governo britânico anunciou hoje que vai prolongar até ao fim de março o regime de 'layoff' que cobre 80% do salário de trabalhadores de empresas diretamente afetadas pela pandemia covid-19.

"Tendo em conta a incerteza significativa, uma conjuntura económica em deterioração e a necessidade de dar segurança às pessoas e empresas durante o inverno, é necessário ir mais longe", justificou o ministro das Finanças, Rishi Sunak.

Sunak invocou as análises publicadas hoje pelo Banco de Inglaterra de um abrandamento da recuperação económica e perspetivas menos positivas para a economia britânica, que deverá contrair 2% no último trimestre e 11% no total em 2020.

O Banco de Inglaterra previu também que a taxa de desemprego, atualmente em 4,5%, aumente até perto de 8% no segundo trimestre de 2021.

Sunak disse que a medida foi tomada em coordenação com o Banco da Inglaterra, que anunciou hoje um aumento do valor do programa de compras de dívida pública e privada em 150 mil milhões de libras (165,42 mil milhões de euros) para apoiar a economia britânica, totalizando 875 mil milhões de libras (964,95 mil milhões de euros) investidos no programa de flexibilização quantitativa.

O regime de 'layoff' [furlough scheme] do governo britânico garante 80% de salário até 2.500 libras (2.760 euros) a trabalhadores de empresas que tenham de encerrar devido às restrições impostas pelo governo para travar a pandemia covid-19.

O apoio vai também estender-se a trabalhadores em nome individual.

O anúncio coincide com o início de um segundo confinamento nacional em Inglaterra que vai durar quatro semanas e que determina o encerramento de todo o comércio não essencial e atividades como ginásios e cabeleireiros, enquanto que bares restaurantes só podem vender para fora.

As pessoas serão obrigadas a ficar em casa, exceto para trabalhar, exercício e compras essenciais e só podem socializar com no máximo uma pessoa de outro agregado familiar ao ar livre num espaço público.

Após o fim do confinamento, a 02 de dezembro, o governo britânico pretende regressar ao sistema gradual de restrições aplicadas em certas áreas de país de acordo com o nível de infeções.

O prolongamento do regime de 'layoff' revelada no parlamento representa uma inversão de marcha relativamente à posição anterior de que não era possível manter de forma artificial postos de trabalho inviáveis.

A ministra das Finanças sombra, a trabalhista Anneliese Dodds, lamentou a demora do governo em tomar desta decisão apesar da pressão para o fazer por vários partidos da oposição incluindo o Partido Trabalhista, sindicatos e patronato de setores afetados.

"Outros países parecem ser capazes de planear o futuro, porque é que este não pode?", questionou.

No balanço de quarta-feira, o ministério da Saúde britânico revelou que o Reino Unido registou 492 mortes de covid-19 nas 24 horas anteriores, um novo máximo desde meados de maio, e 25.177 novas infeções.

Com 47.742 óbitos registados oficialmente, o Reino Unido é o país europeu com o maior número de mortes de covid-19 e o quinto a nível mundial, atrás dos EUA, Brasil, Índia e México.

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