Deixo aqui um alerta para o estado da Capela de Nossa Senhora da Saúde. Templo barroco dedicado a Nossa Senhora da Saúde, cuja construção retoma ao ano 1659, situado no antigo Largo do Marquês (em honra do Marques de Castelo Melhor, também conhecido como Conde da Calheta) hoje, Largo da Saúde. É uma construção única, valorizada pelo retábulo de talha dourada datada de 1661, com um arco superior interrompido por um nicho (ladeado pelo Sol e Lua com rosto humano, prefigurando o Antigo e o Novo Testamento) a ocupar o espaço de fundo do altar-mor, com dezanove nichos para imagens e muita simbologia alusiva à sua invocação.

Segundo Santos Simões, a Capela teve cobertura de azulejos polícromos do século XVII, restando apenas uma cercadura para tapete coberta pelas partes laterais do retábulo. No chão da Capela, uma lápide tumular em pedra da ilha, com epitáfio gravado, cobre a única cripta particular conhecida na Madeira em edificação semelhante.

Esta Capela que foi destinatária de romagens de toda a parte da ilha em especial em épocas de maleitas epidémicas, deixou de ser um “lugar de culto” e foi sendo deixada ao sabor das agruras do devir. O seu interior está muito degradado e grande parte do seu espólio desapareceu.

É necessário que os poderes públicos responsáveis sejam alertados para a necessidade de preservar este património. A capela é de propriedade privada, mas, trata-se sem dúvida de património da Madeira. Impedir que a Capela de Nossa Senhora da Saúde acabe em ruínas é o motivo que anima um movimento cívico para a defesa da Capela de Nossa Senhora da Saúde.

Tomás Freitas