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Analista conservador Karl Rove diz que Trump não poderá alterar resultados

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Foto EPA

O analista conservador Karl Rove considerou ontem em artigo publicado no The Wall Street Journal que a batalha legal do Presidente cessante Donald Trump para tentar reverter os resultados em estados decisivos será inútil e desejou uma "transição pacífica".

Rove, o "arquiteto" das vitórias eleitorais do ex-Presidente dos EUA George W. Bush, e considerado uma das figuras mais proeminentes do Partido Republicano, tem tentado nos últimos dias convencer Trump a admitir a sua derrota face ao Presidente eleito Joe Biden, que no sábado passado foi considerado vencedor das presidenciais pelos principais 'media' dos EUA, e enquanto prossegue a contagem de votos em estados decisivos, incluindo uma contagem à mão na Geórgia.

"Para ganhar, Trump deve demonstrar uma fraude sistémica, com dezenas de milhares de votos ilegais. De momento, não existem provas sobre isso. A menos que alguns surjam no imediato, as possibilidades do Presidente nos tribunais vão cair imediatamente quando os estados começarem a certificar os seus resultados" nas próximas semanas", considerou Rove.

O estratega político considerou que o ainda líder da Casa Branca está "100% no seu direito" de apresentar queixas relacionadas com a fraude e a transparência, mas sublinhou ser "pouco provável que os seus esforços retirem a Biden um único estado, e decerto não são suficientes para alterar o resultado final das eleições".

Neste aspeto, recordou que nos últimos 50 anos nos EUA, apenas em três ocasiões uma recontagem dos votos implicou a alteração dos resultados, e os candidatos, dois senadores estatais e um governador, tinham margens de diferença muito pequenas face aos seus rivais, entre 200 a 400 votos.

Rove assinala que Biden superava na quarta-feira Trump por mais de 12.600 votos no Arizona e 14.100 na Geórgia, os estados com menor diferença, e mais de 146.000 no Michigan, o que tem maior diferença dos estados chave, com números intermédios no Wisconsin, Pensilvânia e Nevada.

Após as autoridades certificarem os resultados, começando pela Geórgia em 20 de novembro, e terminando no Nevada em 01 de dezembro, "será ainda mais difícil a Trump prevalecer perante o Colégio Eleitoral que se reúne em 14 de dezembro".

O analista sublinhou que a política norte-americana continua "polarizada", e considera necessário o encerramento do ciclo eleitoral "para restaurar a unidade e o equilíbrio".

"Quando os seus dias terminarem nos tribunais, o Presidente deveria adotar uma posição para unir o país liderando uma transição pacífica e deixando cair as reclamações", defendeu.

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