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Governo do Egipto quer fomentar agricultura no deserto

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O Governo do Egipto apresentou hoje um projeto de cultivo de grandes extensões do deserto, em que colabora com a agência da Organização das Nações Unidas para a agricultura e alimentação (FAO, na sigla em inglês).

O projeto, que pretende estabelecer cultivos em 6.300 quilómetros quadrados de terras hoje desérticas, foi apresentado numa cerimónia com a presença do diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva.

Durante o discurso, Graziano da Silva disse que a FAO apoia “a visão” do Presidente egípcio, Abdelfatah al Sisi, que pretende que o país “recupere o papel de grande produtor agrícola”.

O novo plano, chamado “Mega Projeto 1,5 Milhões de Fedans” (unidade de medida que equivale a 0,42 hectares), pretende precisamente moderar a elevada dependência do Egito das importações agrícolas, melhorando a segurança alimentar e reduzindo a sua vulnerabilidade às subidas de preços.

Os técnicos da FAO estão desde há um ano a apoiar o projeto, que começou com a identificação das terras com potencial uso agrícola, na sua maioria situadas a oeste do rio Nilo e longe de qualquer fonte renovável de água potável.

Na primeira fase, concluída em outubro, ofereceu-se um terço das terras a grandes investidores, se bem que o Governo já tenha assegurado que também vai dar oportunidades aos pequenos agricultores.

Os investidores vão ter de apresentar planos de viabilidade e estudos sobre os produtos agrícolas que vão cultivar, o que vai depender da qualidade da terra e da disponibilidade de água.

A maior parte das terras vai ser abastecida com depósitos da dita ‘água fóssil’, que não são renováveis, o que levou o coordenador de projetos regional da FAO, Pasquale Steduto, a destacar a importância de “fazer mais com menos” água, para alargar a vida das plantações.

Os cultivos também vão precisar de soluções para o autoabastecimento de energia, uma vez que as zonas desérticas não estão ligadas à rede elétrica.