Chega considera que guardas prisionais foram transformados em "bodes expiatórios de um sistema falhado"
O deputado do Chega, eleito pelo círculo eleitoral da Madeira à Assembleia da República, Francisco Gomes, acusou este sábado, 6 de Setembro, o director-geral de Reinserção e Serviços Prisionais de promover uma política "de perseguição sistemática" ao corpo da guarda prisional. Em causa estão a decisão disciplinar relacionada com a fuga de cinco reclusos do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Setembro de 2024.
Os nove processos disciplinares instaurados pelos serviços prisionais a sete guardas, um chefe e um director de Vale de Judeus após a fuga de cinco reclusos foram concluídos com dois arquivamentos, duas suspensões e cinco multas.
Foi decidido o arquivamento em dois casos, a suspensão de funções sem remuneração em outros dois casos e penas de multa nos restantes cinco.
Em nota emitida, Francisco Gomes classifica a decisão como “uma prova clara de dois pesos e duas medidas”.
É inaceitável que transformem os guardas prisionais em bodes expiatórios de um sistema falhado e de uma gestão incompetente. O diretor-geral prefere perseguir quem arrisca a vida todos os dias, em vez de assumir a verdadeira responsabilidade da degradação do sistema prisional. Francisco Gomes
O parlamentar considera que a fuga revelou "falhas estruturais que não podem ser ignoradas", defendendo uma auditoria independente, criticando a decisão da Direcção-Geral em “castigar os mais fracos” em vez de apurar responsabilidades de topo.
Os resultados teriam sido muito diferentes se tivesse sido realizada uma auditoria externa. Mas essa auditoria nunca aconteceu, porque o que interessa não é esclarecer a verdade, mas sim manter o silêncio sobre a incompetência de quem dirige. Este comportamento é uma vergonha nacional! Francisco Gomes,
O deputado exigiu respeito pelo corpo da guarda prisional e uma mudança urgente na forma como o sistema é gerido, afirmando que a actual política "apenas mina a confiança, aumenta a desmotivação e agrava os riscos de novas falhas de segurança".