“A Madeira é claramente uma referência no turismo nacional e mundial”
Carlos Costa defende novas políticas e linhas vermelhas para o sector
Na XVII Conferência Anual de Turismo da Ordem dos Economistas – Delegação Regional da Madeira, o professor Carlos Costa, keynote speaker do encontro, destacou a posição de relevo da Região no panorama turístico, nacional e internacional. “O turismo está na moda e está na moda por muitas razões”, afirmou, sublinhando o seu peso decisivo no desenvolvimento socioeconómico.
“O turismo é tão importante que, no caso de Portugal, se o tirássemos da equação, o país falia”, declarou, reforçando a ideia de que o sector precisa de ser medido pela sua elasticidade. Para o académico, não se trata apenas de uma questão económica, mas de uma questão sistémica, ligada à capacidade de carga, aos limites aceitáveis de mudança e à gestão dos impactos dos visitantes.
Referindo-se à realidade da Madeira, assinalou o crescimento contínuo do tráfego aéreo, o aumento de passageiros e mais de dois milhões de hóspedes registados. Considerou que o Alojamento Local “não é um problema”, mas advertiu que “traz impactos e uma gestão de territórios e da economia que são diferentes”.
O professor defendeu a necessidade de “novas políticas” e de “uma visão clara sobre aquilo que queremos”, frisando que “não fazer nada não funciona nesta área”. Apresentou ainda modelos de orientação para medir a elasticidade do destino, incluindo o seu próprio modelo, sustentando que o limite é atingido “quando o turismo começa a ser um problema e não uma vantagem”.
Abordando a dimensão humana, destacou que 85% dos trabalhadores do sector “sentem-se felizes”, mas apontou fragilidades ao nível salarial. Sublinhou também o papel crescente da tecnologia: “A área do turismo, como todas as áreas, está a ser dominada pela vertente tecnológica. A inteligência artificial vai, obviamente, dominar esta área”.
Carlos Costa concluiu lembrando que “o turismo é muito importante, mas mais importante é utilizá-lo como combustível para accionar um motor”, defendendo uma governação mais robusta e estruturada para assegurar um desenvolvimento sustentável.