500 finalistas do 'Liceu' celebram tradição da Bênção das Capas
Cerca de 500 finalistas do 'Liceu' celebraram, hoje, a tradicional Bênção das Capas, numa celebração que uniu estudantes, famílias e a cidade do Funchal em torno de um dos rituais mais emblemáticos da vida escolar madeirense.
A azáfama começou bem cedo nesta sexta-feira, com os finalistas e as famílias a mobilizaram-se em uníssono para viver um dia memorável.
No início da tarde, as cerca de cinco centenas de jovens e familiares concentraram-se na entrada da Escola Secundária Jaime Moniz, para as fotografias da praxe. Em seguida, a cidade seguiu com o olhar embevecido os jovens que se vestiram a rigor, de capa e batina, enchendo de charme as ruas que desaguam no átrio do emblemático edifício do 'Liceu'.
O Conselho Executivo, presidido por Ana Isabel Freitas, tem manifestado o seu apoio à manutenção e enriquecimento desta tradição, acarinhando-a e orientando os jovens, porque é mais um passo significativo na conclusão do secundário. A madrinha dos finalistas, Dalila Pestana, caminhou com os jovens, num compromisso cúmplice de professor-aluno e vice-versa, os construtores da verdadeira educação nos bancos da escola.
Por isso, a festa foi e é bonita. As capas pretas mergulharam os corações na tradição e a foto de família junto à fachada central do Liceu foi vivida com comoção. Depois, o tradicional desfile dos finalistas, a pares, até à Sé do Funchal, onde os olhares de madeirenses e turistas viajaram com as capas pretas e, novamente, com a tradição a desfilar pelas ruas centrais.
Já na Sé do Funchal, a cerimónia religiosa consagrou o momento, com palavras de apelo a uma vivência adulta, comprometida com os valores cristãos e na defesa dos projectos de vida dos jovens. Uma cerimónia abrilhantada pelo Coro da Escola, que tornou o acto mais emotivo e solene.
É de recordar que, a Bênção das Capas é uma tradição que, deve dizer-se, só é vivida no arquipélago da Madeira. Recorde-se que, a Escola Secundária Jaime Moniz foi pioneira nesta tradição da Bênção das Capas, sendo o exemplo seguido depois pelos demais estabelecimentos escolares do ensino secundário. Mediante Despacho de 09/12/1889, o Ministério do Reino, através da Direcção Geral da Instrução Pública, instituiu o uso facultativo da capa e batina aos estudantes do Liceu. Desde então, anualmente, a Bênção das Capas reveste-se de profundo significado para a instituição, finalistas e famílias.