Mercado nacional ultrapassou o alemão nas dormidas durante o Verão na Madeira
Proveitos totais aumentaram 17,2% atingindo os 285,6 milhões de euros, entre Julho e Setembro
O alojamento turístico registou, no 3.º trimestre de 2025, a entrada de 716,7 mil hóspedes, os quais geraram cerca 3,8 milhões de dormidas, traduzindo variações homólogas positivas de 11,1% e 9,3%, respectivamente, segundo os dados hoje publicados pela Direcção Regional de Estatística da Madeira (DREM). Neste período, de Julho a Setembro, o mercado nacional (19,9% do total) apresentou uma variação positiva mais significativa, de 46,8%, superando os valores da Alemanha (16,3% do total).
Excluindo o alojamento local com menos de 10 camas, as dormidas no alojamento turístico aumentaram 4,1% relativamente ao 3.º trimestre de 2024, variação superior à registada a nível nacional (+2,0%).
O segmento da hotelaria concentrou 66,0% das dormidas (cerca de 2,5 milhões), registando um crescimento homólogo de 4,4%. O alojamento local representava 31,8% do total e subiu 21,5%, enquanto o turismo no espaço rural, com uma quota de 2,2%, aumentou 5,8%.
"Analisando por categoria dos estabelecimentos, os maiores incrementos foram observados nas pousadas e quintas da Madeira (+34,4%), nos hotéis de 5 estrelas (12,2%) e nos apartamentos turísticos (+9,8%)", nota a DREM.
No trimestre em referência, a estada média no conjunto do alojamento turístico diminuiu relativamente ao mesmo trimestre do ano anterior (4,87 noites), fixando-se nas 4,80 noites. Os valores mais elevados continuam a ser observados na hotelaria (4,88 noites) e no alojamento local (4,73 noites), enquanto o turismo no espaço local apresenta a estada mais baixa (3,67 noites). No segmento da hotelaria, destacam-se os Hotéis-apartamentos de 5 estrelas, com a estada média mais alta, atingindo as 6,06 noites no período de referência (+0,5% que no 3.º trimestre de 2024), seguida de muito perto pelos aldeamentos turísticos, com 6,05 noites (-1,3% face ao período homólogo). DREM
No conjunto dos mercados externos (residentes no estrangeiro), a RAM registou a entrada de 551,7 mil hóspedes, que originaram cerca de 3,1 milhões de dormidas, traduzindo um aumento de 5,9% e de 2,8% face ao mesmo período de 2024, respectivamente.
A Grande Lisboa foi a região que apresentou, em termos de dormidas, maior dependência dos mercados externos (83,2% do total), seguida pela RAM (80,1%) e pela Região Autónoma dos Açores (76,6%). Em sentido contrário, foi no Alentejo e no Centro que as dormidas de não residentes apresentaram menor dependência dos mercados externos (30,7% e 36,1%, respetivamente).
Neste trimestre, entre os três principais mercados estrangeiros emissores, apenas o mercado francês registou um acréscimo nas dormidas face ao trimestre homólogo, de 9,0%, com os mercados alemão (-1,6%) e britânico (-3,1%) a evoluir em sentido contrário.
Já o mercado de residentes em Portugal (19,9% do total) apresentou uma variação positiva mais significativa, de 46,8%, superando, no mesmo período, os valores da Alemanha (16,3% do total), do Reino Unido (15,0%) e da França (9,1%), posicionando-se como o principal mercado deste destino. "Importa salientar que estes quatro principais mercados concentraram mais de metade das dormidas (60,3%) no 3.º trimestre de 2025, vinca a DREM.
Ao nível municipal, salienta-se que Câmara de Lobos, Santa Cruz e Ponta do Sol foram os municípios que, em termos de dormidas, apresentaram maior dependência dos mercados externos (residentes no estrangeiro), com 90,6%, 89,8% e 89,4%, respetivamente. Já o Porto Santo destaca-se por registar a maior percentagem de dormidas de residentes no País, representando 81,3% do total, no 3.º trimestre de 2025.
Funchal concentra 55,8% das dormidas
O município do Funchal evidencia-se por concentrar 55,8% das dormidas da Região, totalizando cerca de 2,1 milhões de dormidas no 3.º trimestre de 2025, o que corresponde a uma variação homóloga positiva de 4,5%.
No maior município da RAM, as dormidas de residentes em Portugal cresceram 63,2%, enquanto as de residentes no estrangeiro registaram uma diminuição de 3,3%.
O segundo município com maior número de dormidas foi Santa Cruz, com 11,3% do total regional, contribuindo com 433,7 mil dormidas no 3.º trimestre de 2025, o que representa um aumento de 8,2% face ao período homólogo. Neste município, as dormidas de residentes no estrangeiro cresceram 5,4%, enquanto as de residentes em Portugal aumentaram 41,5%.
Entre os onze municípios da Região, destaca-se ainda Machico, com um crescimento nas dormidas de 82,0% face ao 3.º trimestre de 2024. "Este aumento foi impulsionado por uma subida de 207,0% no mercado de residentes em Portugal e por um acréscimo de 68,4% no mercado de residentes no estrangeiro", explica a DREM.
Proveitos totais aumentaram 17,2% atingindo os 285,6 milhões de euros
No 3.º trimestre de 2025, a taxa líquida de ocupação-cama do alojamento turístico na Região foi de 75,6%, o que representa um aumento de 1,5 pontos percentuais (p.p.) face ao mesmo período de 2024 (74,1%). Por sua vez, a taxa de ocupação-quarto atingiu os 85,6%, valor superior aos 84,3% registados no 3.º trimestre de 2024.
No trimestre em análise, os proveitos totais e os proveitos de aposento registaram subidas homólogas de 17,2% e 17,9%, totalizando 285,6 milhões de euros e 210,4 milhões de euros, respectivamente.
Com crescimentos sucessivos desde o 2.º trimestre de 2021, a evolução das dormidas evidencia duas fases distintas: entre este período e o 1.º trimestre de 2023, os aumentos foram muito expressivos; a partir daí, tornaram-se mais moderados, mas relativamente estáveis. De facto, desde o 2.º trimestre de 2023, os incrementos nas dormidas oscilaram entre os 5,7% (3.º trimestre de 2024) e os 10,0% (4.º trimestre de 2024). No 3.º trimestre de 2025, este valor quase que atingiu o máximo, com uma taxa de variação de 9,3% nas dormidas." DREM
No 3.º trimestre de 2025, o RevPAR (rendimento médio por quarto disponível) do conjunto do alojamento turístico (excluindo o alojamento local com menos de 10 camas) fixou-se em 124,05 euros, traduzindo um aumento de 15,1% face ao período homólogo e constituindo o terceiro valor mais elevado entre as nove regiões NUTS II, revela ainda a DREM. No sector da hotelaria, o RevPAR atingiu os 133,41 euros (+14,7% de variação homóloga).
Quanto ao ADR (rendimento médio por quarto ocupado), os valores foram mais elevados, totalizando os 145,00 euros no conjunto do alojamento turístico (+13,3% que no período homólogo) e os 150,47 euros na hotelaria (+13,0%). Os valores mais elevados do RevPAR e ADR registaram-se na categoria hotéis de 5 estrelas, com 194,58 euros (+11,8% que no 3.º trimestre de 2024) e 227,80 euros (+11,1%), respectivamente. Na segunda posição destacaram-se as pousadas e quintas da Madeira, com 173,95 euros e 196,74 euros, pela mesma ordem.
No 3.º trimestre de 2025, considerando a generalidade dos meios de alojamento (alojamento turístico, colónias de férias e pousadas da juventude e parques de campismo) da Região Autónoma da Madeira (RAM), registaram-se 722,9 mil hóspedes entrados e 3,9 milhões de dormidas, correspondendo a aumentos de 11,0% e 9,3% face ao trimestre homólogo, respectivamente.
Estada média diminui devido à quebra no mercado estrangeiro
A estada média na globalidade do alojamento turístico fixou-se em 4,79 noites no 3.º trimestre de 2025, o que representa uma quebra de 1,5% face ao 3.º trimestre de 2024 (4,86 noites). "Esta redução ficou a dever-se sobretudo à diminuição registada no mercado estrangeiro (4,97 noites; -2,5%), já que no mercado nacional houve um aumento (4,16 noites, +8,5%)", sustenta a DREM.
No 3.º trimestre de 2025, o alojamento turístico1 registou um desempenho superior ao conjunto do alojamento turístico, concentrando a quase totalidade da atividade turística: 99,1% dos hóspedes entrados e 99,5% das dormidas.
As colónias de férias e pousadas da juventude receberam 3 542 hóspedes, que geraram 13 983 dormidas (0,4% do total), registando uma estada média de apenas 3,80 noites. Face ao período homólogo, observaram-se aumentos de 5,7% no número de hóspedes e de 4,5% no número de dormidas. Já a estada média apresentou uma variação negativa de 2,6%.
Os parques de campismo, com um peso muito pouco significativo no conjunto das dormidas dos alojamentos (apenas 0,2%), registaram 2 663 hóspedes entrados e 6 994 dormidas no 3.º trimestre de 2025, correspondendo a incrementos de 7,2% e 3,8, respetivamente, em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.