DNOTICIAS.PT
Madeira

Rubina Leal defende sustentabilidade nas Misericórdias

None

A presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, Rubina Leal, destacou hoje, nas comemorações dos 490 anos da Santa Casa da Misericórdia da Calheta, a importância de reflectir sobre o futuro das instituições sociais e o papel decisivo da coesão comunitária.

“Se celebramos hoje 490 anos de história, devemos sobretudo refletir no futuro”, afirmou, sublinhando que a qualidade dos cuidados prestados à população “não pode ser dada como adquirida”, pois dependerá da capacidade das Misericórdias e demais instituições “para se reinventarem, inovarem e assegurarem a sua sustentabilidade”.

Lembrou que a sustentabilidade é um desafio inadiável, “não apenas financeiro, mas também organizacional”, que exige atrair e fixar recursos humanos qualificados, investir em novas tecnologias e adotar metodologias de trabalho inovadoras.

A dirigente reforçou ainda a necessidade de políticas públicas “pensadas a médio e longo prazo”, defendendo que as instituições que souberem inovar, diversificar as suas fontes de financiamento e apostar na qualidade serão as que continuarão a servir com excelência.

Defendeu, nesse sentido, uma visão estratégica assente em três pilares: diversificação do financiamento, qualificação permanente de profissionais e voluntários, e investimento na inovação social.

“Só com instituições sustentáveis e inovadoras conseguiremos assegurar que o modelo de solidariedade que herdámos não apenas se mantém, mas se projeta no futuro”, afirmou Rubina Leal, numa intervenção que marcou a sessão solene dos 490 anos da Misericórdia da Calheta.

A presidente do Parlamento madeirense recordou ainda os desafios demográficos que a Região enfrenta. “Na Madeira temos atualmente 179 idosos por cada 100 jovens. São 55,3 mil pessoas com 65 ou mais anos e mais de 12 mil que vivem sozinhas”, destacou, lembrando que estes números “reforçam a importância do trabalho das Misericórdias”.

“É mais uma razão para valorizar o papel desta Santa Casa, que conta com cerca de dez valências ao serviço dos calhetenses. Cada uma destas dimensões é, em si mesma, imprescindível; mas todas, articuladas, formam um corpo coerente e uma missão maior”, salientou.

Concluiu defendendo a necessidade de “uma articulação perfeita entre o setor solidário e o setor da saúde”, como caminho para enfrentar os desafios do envelhecimento, da solidão, das doenças crónicas e das vulnerabilidades sociais e económicas que marcam a actualidade.

Terminou manifestando “gratidão” em nome do Parlamento a Carlos Teles por terminar o ciclo de três mandatos enquanto presidente de Câmara.