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Madeira

Madeira tem poucas espécies invasoras com impacto

Especialista destaca alga castanha e importância da monitorização

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“Temos cerca de 70 espécies invasoras ou não indígenas documentadas na região. O problema não é o número, mas sim se alguma delas causa impacto. Na maior parte dos casos, não temos espécies que provoquem grandes efeitos. Temos apenas uma, uma alga castanha, Rugulopteryx okumarae, que cresce rapidamente e pode formar grandes massas na costa. Os Açores e as Canárias enfrentam problemas maiores. Aqui, já identificámos a espécie, mas ainda sem impacto relevante”, explicou João Canning Clode, coordenador científico da XII Conferência Internacional sobre Bioinvasões Marinhas (ICMB XII).

A conferência, que decorre até quinta-feira, 9 de Outubro, no Hotel VidaMar, no Funchal, reúne cerca de 280 especialistas de quase 40 países. Durante três dias, os investigadores vão debater vectores de chegada de espécies invasoras, como lixo marinho, embarcações ou correntes, bem como estratégias de gestão para lidar com este problema a nível mundial.

“É natural que novas espécies surjam, por isso continuamos a monitorizar os portos e marinas. Algumas desaparecem naturalmente, outras permanecem, e a investigação é essencial para detectar e gerir estes riscos”, acrescentou Clode.

O especialista sublinhou ainda a evolução da investigação na Madeira: “Há 13 anos, quando iniciei o meu grupo, éramos apenas duas pessoas a trabalhar nesta temática. Hoje, temos 45 investigadores na ARDITI e na Universidade da Madeira, e somos uma referência mundial nesta área. É um orgulho receber esta conferência e inspirar a próxima geração a continuar este trabalho.”

O evento é organizado pelo Comité Científico da Sociedade para o Estudo de Bioinvasões Marinhas, em conjunto com o MARE-Madeira, a ARDITI e a Universidade da Madeira, contando com o apoio de diversas entidades regionais e internacionais.