DNOTICIAS.PT
PUB
PUB
Eleições Europeias País

Moedas diz-se chocado por ver PS "colar Ursula Von der Leyen à extrema-direita"

None

O mandatário nacional da AD para as europeias, Carlos Moedas, disse hoje estar chocado por ver o PS tentar colar a presidente da Comissão à União Europeia à extrema-direita, acusando os socialistas de se alimentarem dos extremos.

Na primeira vez que se junta à campanha da AD no período oficial, o também presidente da Câmara Municipal de Lisboa enalteceu a forma de fazer política diferente quer do cabeça de lista da AD, Sebastião Bugalho, quer do Governo PSD/CDS-PP nos primeiros dois meses.

PUB
Advertisement

"Fazer política de maneira diferente antes de tudo é decidir, é fazer", disse, acusando os socialistas de recorrerem a uma nova técnica, "inaugurada" na Câmara Municipal de Lisboa.

"Quando nós fazemos, o PS cria uma narrativa: 'Ah não, quem pensou isto fomos nós, quem lançou a ideia fomos nós'. O problema é que eles não fizeram. O PS é hoje é o dono do que não feito, nós somos donos daquilo que se faz", defendeu.

Na sua intervenção, Moedas salientou que a Europa foi criada por moderados e considerou que o maior perigo interno são hoje os extremos.

"São os extremos, à esquerda e à direita, que não acreditam na moderação. que estão a minar a Europa por dentro, por isso é tão importante manter essa moderação", considerou.

O autarca e antigo comissário europeu considerou que em Portugal está a acontecer "uma coisa terrível", dizendo que "um partido moderado como o PS entrou na divagação da polarização".

"Há uma coisa que me chocou muito nesta campanha, foi ouvir o PS a colar a senhora Von der Leyen à extrema-direita. Que injustiça tão grande para uma senhora moderada, uma democrata-cristã que lutou sempre por essa moderação, que injustiça tão grande", criticou.

Tal como fez no sábado o secretário-geral do PSD, Hugo Soares, também Carlos Moedas deixou uma palavra aos votantes do Chega.

"Queria dar a uma palavra aos que estão descontentes, dizem que estão fartos disto e que vão votar nos extremos: partidos como o Chega, BE e PCP votam sempre em conjunto" no Parlamento Europeu, alertou.

Moedas apontou ainda razões pragmáticas para o voto na AD -- "mais de 50% das leis vêm da União Europeia" --, de escala -- sem a Europa "somos pequenos de mais" -- e de futuro.

"O principal perigo de segurança na Europa é a guerra na Rússia (...) Nós temos um inimigo que não tem limites e tem uma arma nuclear. Quem é que na Europa quer uma defesa europeia credível? É o PPE, é a AD", disse, criticando a esquerda por "ter medo" da palavra defesa e a extrema-direita por "pensar que esta é apenas uma questão nacional".

Carlos Moedas deixou rasgados elogios à campanha da AD e ao cabeça de lista, Sebastião Bugalho.

"És tão melhor do que todos os outros, que grande campanha, que grande dinâmica", afirmou.

PUB
Advertisement

Aos mais jovens, pediu que acreditem numa Europa da "audácia e do mérito", dizendo que os grandes navegadores "muitas vezes não sabiam para onde iam, mas tinham a audácia".

"A esquerda não utiliza a palavra audácia, nem empreendedor, nem mérito. Talvez seja por isso que te fazem tantas críticas, o mérito irrita a esquerda", sugeriu, dirigindo-se a Bugalho.

Antes, a candidata a eurodeputada Carla Rodrigues, número oito da lista, considerou que a campanha da AD e o seu cabeça de lista têm sido alvo de "ataques infundados", quando dizem, por exemplo, que a coligação tem uma agenda de ataque dos direitos das mulheres.

"Mulheres do meu distrito, mulheres do meu país, a AD esteve sempre na linha da frente dos direitos das mulheres em Portugal com medidas concretas", afirmou.

A candidata acusou ainda a governação socialista de ter introduzido "um retrocesso na lei do aborto", ao não assegurar o cumprimento da lei da Interrupção Voluntária da Gravidez de forma equitativa em todo o país, pela dificuldade de acesso que tem sido noticiada reiteradamente em diversos distritos.

"Quem é que pôs em causa a execução da lei do aborto em Portugal? A ministra de um Governo que desrespeitou a lei do aborto em Portugal e está agora preocupada com a AD. Não temos agendas escondidas nesta matéria", afirmou a candidata, que é também presidente do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida, numa referência à cabeça de lista do PS e ex-ministra da Saúde, Marta Temido.

Podcasts

×