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Pesticidas banidos na UE continuam a ser exportados

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Pesticidas banidos na União Europeia (UE) continuam a ser produzidos no continente e exportados, colocando em risco a saúde de trabalhadores, indica um estudo hoje divulgado pela associação ambientalista Zero.

O relatório, "Proibição da exportação de pesticidas da UE: quais as consequências?" mostra, segundo a Zero, que se a produção desses pesticidas na UE fosse proibida não colocava em risco o emprego na Europa e teria ao mesmo tempo um impacto positivo na saúde das pessoas e no ambiente dos países importadores.

A associação ambientalista explica que vários pesticidas foram proibidos na Europa por serem considerados perigosos para os seres humanos e o ambiente, mas empresas europeias continuam a produzi-los e a exportá-los, ameaçando a saúde humana e o ambiente nos países importadores.

"Ao mesmo tempo, a UE importa alimentos produzidos com estas substâncias, levando à exposição dos consumidores da UE através de resíduos nos alimentos importados e colocando também os agricultores da UE numa situação de concorrência desleal", refere a Zero no comunicado.

Em 2020 a Comissão Europeia prometeu medidas para garantir que esses produtos químicos proibidos deixariam de ser produzidos para exportação, tendo os fabricantes alertado que tal iria "provocar perdas significativas de postos de trabalho" e prejudicaria a competitividade do setor. Além de que a proibição não teria qualquer efeito positivo nos países importadores.

"Este relatório revela que nenhuma destas afirmações é verdadeira", diz a Zero.

Os dados indicam que a UE é a primeira região exportadora mundial de pesticidas. Em 2022 exportou 714.000 toneladas de pesticidas agrícolas, das quais 81.615 toneladas de 41 pesticidas proibidos.

O estudo indica que a proibição de exportação nos sete principais países produtores poderia conduzir a uma perda potencial total de 25 postos de trabalho (dados 2022) para toda a UE.

Se o impacto negativo da proibição na economia da UE seria mínimo, o impacto positivo para os países terceiros seria "muito significativo", porque a proibição "significaria que a disponibilidade de pesticidas altamente perigosos nos países importadores diminuiria, o que estimularia a ímpeto de os substituir por alternativas mais seguras", diz a Zero.