DNOTICIAS.PT
Madeira

"Nem sempre acontece [as pessoas expressarem-se livremente] na Madeira", diz António Trindade

Mais de meia centena percorreu a baixa do Funchal com a ‘Liberdade a Caminho’

“Caminhar por ideais, pelo direito à expressão, pela oportunidade de sermos livres e pela participação cívica e democrática" foi o mote dado para a caminhada, denominada ‘Liberdade a Caminho’, que aconteceu, esta tarde, na baixa do Funchal.

Organizada por António Trindade, ex-adjunto da secretária regional do Ambiente e Agricultura, Rafaela Fernandes, a iniciativa contou com mais de meia centena de participantes, que de cravos na mão e outros adereços alusivos à Liberdade e à Revolução entoaram alguns temas, como a 'Grândola Vila Morena', de Zeca Afonso.

Desde a Rotunda Francisco Sá Carneiro, local escolhido porque retrata o "homem que lutou pela liberdade, democracia e que em 1963 resignou o seu mandato na Assembleia da República porque não existia liberdade", o grupo caminhou até à Praça da Autonomia, outro ponto igualmente simbólico, porque retrata a autonomia "que é um valor que representa a liberdade para a Madeira". 

Este é início de uma caminhada em que lançamos o Manifesto com um conjunto de ideias de dizer que o caminho e os valores da Abril ainda há muito a prosseguir do ponto de vista da liberdade de opinião, de pensar diferente, do respeito pela opinião, pela individualidade. E sempre que existe pressão sobre a consciência e a razão, é sinal que ainda não atingimos todos os valores António Trindade

Confrontado se esta iniciativa é uma resposta ao que se passou recentemente com a sua exoneração na secretaria regional do Ambiente e Agricultura, António Trindade fez questão de salientar que "a situação está totalmente ultrapassada" e que as "causas de Abril não pertencem a ninguém", refornçando que o que estava em causa com esta caminhada e com o manifesto lançado é "o respeito pela liberdade de expressão e pela opinião".

"Esta acção é consequente com aquilo que me comprometi na altura. Não é uma questão individual, não é a questão das pessoas terem ou não aquela função, mas sim de nós contribuirmos enquanto sociedade para que as coisas sejam melhores e para pensamentos diferentes. E, obviamente que caberá aos partidos políticos também entenderem de que forma é que há alguns sinais que se dá à sociedade. do ponto de vista dos valores e das atitudes, comprometem também a opinião pública sobre os partidos políticos", justificou, acrescentando que o seu desejo é que as pessoas na Madeira possam expressar-se livremente.

"Eu acho que nem sempre acontece [as pessoas expressarem livremente na Madeira] e é precisamente por isso que nós estamos aqui, que é para dar voz e cara aqueles que não o conseguem fazer", concluiu.