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Madeira

"Jardim é a imagem, é a cara, é o esforço do 25 de Abril"

Foto Miguel Rodrigues/Aspress
Foto Miguel Rodrigues/Aspress

Na sessão pública a assinalar os 50 anos do 25 de Abril, que foi marcada pelo lançamento do livro "Crónicas desirmanadas", da autoria de Nuno Santa Clara, uma série de reflexões sobre estas décadas da história de Portugal, o lançamento coube ao seu camarada de armas Francisco Faria Paulino que, entre várias reflexões, salientou que Alberto João Jardim é a imagem do sucesso do 25 de Abril de 1974.

Além de elogiar tudo o que se conquistou nestes 50 anos, apesar das críticas políticas, Faria Paulino realçou que, efectivamente hoje Portugal e a Madeira estão muito melhores do que no passado. Presente na sala, tal como várias outras personalidades, o antigo presidente do Governo Regional da Madeira, durante 38 anos, ouviu que ele é "a imagem, é a cara, é o esforço do 25 de Abril". E os capitães de Abril, madeirenses, que contribuíram para a Revolução há 50 anos, Virgílio Varela, Nuno Santa Clara, João Andrade e Silva e o próprio Faria Paulino, deram o mote para a democracia que nos trouxe até aqui e transformou Portugal e a Madeira, em particular.

Empenhados em assinalar a data e acreditando que não comemoramos sem festa, recordando ainda que "apesar de tudo, metade da população tem memória do que aconteceu e a outra metade precisa saber porque aconteceu", Faria Paulino dissertou entre elogios e críticas, nomeadamente referindo que se o Carnaval é em Fevereiro ou Março, a palhaçada, seguramente, não se faz em Abril.

Por isso, criticou os apupos relevados pela comunicação no evento que ontem reuniu mais de 600 a cantar pela liberdade no Parque de Santa Catarina, numa organização da Câmara Municipal do Funchal.

Também falou do estravasar do papel das pessoas, quando apenas se releve o papel dos partidos, teme pelo risco das fake news, cada vez mais reforçado devido aos escritos online, daí o papel importante do livro, em papel.

Salientou o papel das juntas de freguesia como instituição base da Democracia em Portugal, importantes na proximidade às populações. "É ilusório pensar que se vai encontrar emprego para toda a gente, mas é essencial encontrar ocupação para todos, porque a solidão é um problema que a arte pode resolver", dissse, aqui resumido na sua dissertação sobre os porquês deste livro lançado, o primeiro do Centro Cultural e de Investigação do Funchal.

O Coronel Nuno Santa Clara Gomes, disse o apresentador, foi ferido em combate, tem provas dadas na vida, na guerra e que há anos resolveu começar a escrever crónicas nos jornais e a distribuir pelos amigos, tem textos que valem a pena ler, por isso têm qualidade para serem editadas. "Decidimos lançar o livro para dar a uma voz livre como a dele" o reconhecimento que a data encerra.