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Madeira

José Manuel Rodrigues defende mais apoio do Estado à comunicação social para "salvar a democracia"

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“Precisamos de reforçar os freios e contra freios das nossas democracias e, neste âmbito, importa recuperar o papel essencial da comunicação social de referência”. Foi nestes termos que José Manuel Rodrigues explicou, aos alunos da Escola Dr. Eduardo Brazão de Castro, a importância dos media na construção de uma sociedade mais bem informada e mais democrática, defendendo, por isso, um maior apoio do Estado.

O presidente do Parlamento madeirense foi convidado para a palestra 'Liberdade e Comunicação – direitos, deveres e valores antes e depois do 25 de Abril', uma iniciativa do estabelecimento de ensino inserida nas comemorações dos 50 anos da Revolução dos Cravos.

José Manuel Rodrigues definiu a comunicação social de referência como aquela que “nós lemos, ouvimos e vimos, que é credível e que não provoca desinformação”, dando como exemplos a RTP, a SIC, a TVI, a CNN, o Diário de Notícias da Madeira, o JM da Madeira, o Público, e o semanário Expresso.

“A Comunicação social de referência devia ser apoiada pelo Estado, porque é um dos pilares da nossa democracia”, reforçou.

“Depois temos que regular a desinformação que reina na internet e nas redes sociais, sob pena de, em nome das liberdades individuais, quem publica as falsidades estar a pôr em causa valores mais importantes como a liberdade coletiva e a democracia”. Isto não é censura. Censurar uma verdade é censura, censurar uma mentira é positivo, porque não põe a mentira ou o boato a circular ao serviço de interesses que nós desconhecemos”, justificou José Manuel Rodrigues.

Apesar de haver muita informação, o Presidente do primeiro órgão de governo da Região considera que os cidadãos não estão mais bem informados, devido às informações veiculadas na internet e nas redes sociais. A manipulação de imagens e de som, agora com a ajuda da inteligência artificial, foram alguns dos perigos apontados. É porque é cada vez mais difícil distinguir aquilo que é verdadeiro do que é falso, que o Presidente do Parlamento madeirense defende uma maior aposta na ética e na transparência, através do apoio da comunicação social e da regulação das redes sociais.

O Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira considera que “a democracia está doente e que precisa urgentemente de terapia, sob pena de ser atingida pelo autoritarismo e pelo totalitarismo. A nossa luta só pode ser por uma melhor democracia”, alertou.

Aos alunos da Escola Básica com Pré-Escolar Dr. Eduardo Brazão de Castro, testemunhou a experiência de jornalismo e a importância do 25 de abril para a conquista das liberdades de imprensa, de expressão e de manifestação. Antes da revolução, “os apresentadores de telejornais estavam condicionados pelas leis do regime, e os jornalistas por regulamentos internos dos próprios jornais, das rádios, da televisão, e pela comissão de censura. Até as ocorrências eram controladas”, referiu.

À conferência juntou-se ainda o coro do Centro Comunitário do Galeão, com canções de abril