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Chega disponível para viabilizar orçamento retificativo se acolher reivindicações de polícias e professores

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Foto PAULO NOVAIS/LUSA

O presidente do Chega manifestou hoje a disponibilidade do partido para viabilizar um orçamento retificativo que seja apresentado por um governo da AD se acolher as reivindicações das forças de segurança e dos professores e diminuir impostos.

"Se o orçamento retificativo se cingir em matéria de correção ao outro orçamento do PS a três ou quatro pontos, o Chega está aberto a verificar a possibilidade de o avaliar. Se equiparar o suplemento de missão aos polícias, se recuperar o tempo de serviço dos professores, se conseguir dar aos enfermeiros algumas das suas revindicações históricas, se diminuir impostos, porque temos aqui uma altíssima carga fiscal... se este retificativo conseguir dar sinais nestas matérias, o Chega está disponível para trabalhar e para o avaliar, e para o viabilizar", afirmou.

André Ventura falava aos jornalistas em conferência de imprensa na sede nacional do Chega, em Lisboa.

Estas e outras matérias, como "a reforma da justiça, com a consequente luta contra a corrupção e garantia de independência das polícias e dos magistrados, podem avançar e terão luz verde no parlamento para avançar mesmo sem um acordo de fundo em matéria de governação ou orçamental", referiu, indicando que o Chega vai propor algumas medidas na Assembleia da República porque são de "resolução urgente".

O presidente do Chega admitiu que o partido poderá votar favoravelmente um orçamento retificativo caso venha a ser apresentado por um governo da AD e cumpra estes pressupostos.

Apesar de a coligação não se ter comprometido a apresentar esse documento, André ventura disse que "muito estranharia que não houvesse", dadas as críticas da direita ao Orçamento do Estado que está em vigor este ano e que foi apresentado pelo PS.

O líder do Chega ressalvou que, quanto ao orçamento do Estado para 2025 e posteriores, "não há nenhuma possibilidade de ser viabilizado" sem "haver um acordo".

 "É muito diferente viabilizar um orçamento retificativo e um Orçamento Geral do Estado em período normal, porque esse é um instrumento de política macroeconómica", afirmou.

Ventura voltou a insistir num acordo com a Aliança Democrática, que disse esperar ser possível até ao "final do verão", e garantiu que continuará a tentar "uma plataforma de estabilidade que dê quatro anos de governabilidade a Portugal e quatro anos de uma maioria não desperdiçada".

"Aqueles que, insistindo no seu ego ou na sua arrogância, a desperdiçarem olhando para o lado ou ignorando o voto de quase um milhão e duzentos mil portugueses, serão eles os causadores de toda a instabilidade que o país pode vir a viver", alertou.

André Ventura disse também que "está a haver uma aproximação entre o PS e o PSD" e que "reforça o papel do Chega como líder da oposição".

Nesta conferência de imprensa, o presidente do Chega comentou também os resultados nos círculos da emigração, reclamando uma vitória e um "resultado histórico", numa altura em que ainda não terminou a contagem dos votos.

André Ventura afirmou que o Chega elegerá dois deputados, um pelo círculo da Europa e outro pelo círculo Fora da Europa, e "ficará largamente à frente em número de votos conjugando os dois círculos".

André Ventura referiu igualmente que o Chega "terá vencido a candidatura de Augusto Santos Silva, presidente da Assembleia da República, no círculo Fora da Europa".

"Esta é uma vitória particularmente importante, porque é o símbolo da vitória da humildade sobre a arrogância, da democracia sobre a cegueira ideológica e institucional, é um símbolo da vitória do Chega sobre o sistema socialista que nos últimos anos, ancorado numa maioria absoluta, tinha aniquilado, censurado e atacado persistentemente o Chega", defendeu, considerando que os portugueses livravam o parlamento "de um ativo tóxico do socialismo dominante".

O presidente do Chega destacou também que, a confirmarem-se os resultados dos círculos da emigração, o seu partido terá conseguido eleger 50 deputados.

"Tirando e PS e PSD nunca nenhum outro partido alcançou os 50 deputados, e essa é uma marca história que assinala o fim do bipartidarismo no país, e o início de nova era que deve combinar os três maiores partidos como forças dominantes da Assembleia da República", disse.

Na altura, André Ventura foi questionado ainda a confirmar a notícia avançada pelo Observador de que ele próprio será indicado para integrar o Conselho de Estado, mas referiu que essa decisão ainda não foi tomada e que o grupo parlamentar deverá reunir-se "no início da próxima semana" para tratar dessa e de outras questões.