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Madeira

Rodoeste com perturbações nos serviços na ordem dos 85%

Cerca de 70% dos motoristas aderiram à greve, exigindo melhores salários e condições de trabalho

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Foto Hélder Santos/ASPRESS

Sindicato questiona a "segurança de pessoas e bens" devido à "vergonha" de existirem "autocarros a caírem de pobre"

Um total de cerca de 50 motoristas das empresas de transporte público de passageiros, Rodoeste, SAM e Empresa de Automóveis do Caniço (EACL), estão hoje a cumprir uma greve de 24 horas, pelo descontentamento pelos "baixos salários" praticados e pelas condições de trabalho "precárias".

A "força maior" da paralisação está a ser os motoristas da Rodoeste, que apresentam uma adesão de cerca de 70%, "o que poderá causar uma perturbação do serviço na ordem dos 85%".

A greve está a ser um sucesso, nomeadamente no que diz respeito à Rodoeste, que se situa nos seus 70%, o que vai causar uma perturbação cerca de 85% na operação da empresa Manuel Oliveira, Sindicato Nacional de Motoristas

O dirigente sindical, que chegou ontem à Região propositadamente para marcar presença nesta manifestação, em declarações à TSF-Madeira, lamentou que a Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF) "não tenha respondido", bem como o facto de Direcção Regional do Trabalho "não tenha cumprido com o seu dever, nomeadamente na parte em que diz respeito de promoção da conciliação entre as partes".

"O que os trabalhadores nos pediram foi para marcarmos esta greve e agora também já nos disseram que, no caso da ausência de contactos e inícios da negociação, para marcarmos novas formas de luta", sublinhou.

Apesar de não existirem dados finais das outras empresas, nomeadamente a SAM e a Empresa de Automóveis do Caniço, o sindicato avança adesão nestas companhias foi muito escassa.

"Os colegas da SAM e do Caniço estão em número inferior e o que também me foi transmitido é que esse motivo se prende pelo facto de residirem algo longe do Funchal", esclareceu.

Manuel Oliveira destaca ainda que além destes trabalhadores reclamarem por melhores condições salariais, também exigem melhores autocarros, nomeadamente no caso da Rodoeste.

O maior drama que existe na Madeira é os madeirenses inferiorizarem e darem como normal o facto de existirem autocarros com 20, 30 e 40 anos ao serviço. Um madeirense tem a mesma importância e dignidade que tem um continental e se no continente isto simplesmente não existe, porque há um impeditivo legal, por que carga de água existe esta pouca vergonha na Madeira? Manuel Oliveira, dirigente do Sindicato Nacional de Motoristas

O dirigente sindical questiona mesmo "onde é que está a segurança" de pessoas e bens que diariamente recorrem aos serviços desta empresa para se deslocarem. "Os passageiros são transportados em autocarros a cair de podre, especialmente na Rodoeste", frisou, complementando que a desculpa não se pode prender com os encargos financeiros.