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Boa Noite

O retrato da ilha

Enquanto uns fazem pela vida, por exemplo na BTL, outros na Região preferem ‘o poço da morte’

Boa noite!

Pelo “melhor palco da BTL”, e depois do enfraquecido furacão Marcelo, passou hoje o presidente da IL. Rui Rocha, entusiasmado com as várias propostas turísticas, convidou os eleitores indecisos a apanharem uma "viagem a bordo da IL", prometendo que será "repleta de intensidade".

Na RFM, que é a rádio oficial do stand da Madeira, passava nessa altura a canção do Carlão e foi ao som do “assobia para o lado” que, Rui Rocha concorreu para se habilitar a ganhar uma viagem à Madeira. Já não saiu do ‘spot’, empatando outros concorrentes, sendo obrigado a ali ficar demoradamente por um batalhão de jornalistas que o questionaram para onde gostava de viajar. Limitou-se a garantir que queria ganhar “um bilhete para que Portugal se transforme num país diferente".

Estava no sítio certo pelo qual, ao contrário de outros anos, não passaram os deputados madeirenses com assento em São Bento. Nem os que estão de saída, nem os que lá querem entrar, pela primeira vez ou como repetentes.

Pelo espaço que um entendido da promoção do Açores classificou como “simples mas eficaz”, focado claramente nas experiências, também não passou Luis Montenegro. Tinta verde não lhe iriam jogar. Quanto muito, talvez ‘tinta negra mole’, se ainda houvesse em stock.

Também não passou Miguel Albuquerque, mas não foi por isso que as eleições internas no PSD e,  provavelmente, na Região ficaram à porta da FIL. Ouviu-se de tudo. Sobretudo das traições em cadeia em secretarias em que o gabinete está com um candidato e o secretário com outro, ou em serviços como o SESARAM em que as dissidências da ala miguelista se acentuaram nas últimas horas. Mas também se falou de outras ingratidões, dos que não dão a cara por qualquer candidatura, mas que nos bastidores trataram de recolher assinaturas para que a reedição do duelo de delfins de 2014 se repetisse.

As perdas de 100 a 200 milhões de euros que a Região terá neste ano de todas as incertezas também deram falatório. Tal como alguns caprichos. Poucos perdoam que na gestão da crise tenha faltado a noção do colectivo por parte de quem tem responsabilidades acrescidas, já que houve quem pensasse mais no seu futuro do que no dos madeirenses.

A prova é que 10 anos depois do embate entre Miguel Albuquerque e Manuel António - e depois do jardinismo ter dado lugar aos renovadinhos, que pelos vistos são agora detestados pelos ressabiadinhos -  quase tudo continua na mesma em termos de alternativas. E de credibilidade. Perante as últimas desavenças insulares não foram poucos os que confidenciaram revolta, passível de ser sintetizada nesta frase que a inteligência artificial jamais conceberia: “Andamos nós na BTL a fazer pela vida, enquanto na Madeira há quem prefira divertir-se no poço da morte”!