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País

Vasco Lourenço lamenta falta de progresso na justiça social

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O presidente da Associação 25 de Abril, Vasco Lourenço, considerou hoje que o país está muito melhor do que estava antes da revolução de 1974, mas longe do que devia estar em termos de justiça social.

"A seguir ao 25 de Abril tivemos um avanço extraordinariamente grande, foi mesmo o campo onde houve um avanço maior, de uma maior igualdade entre as pessoas e tem vindo a decrescer e de que maneira", disse aos jornalistas o capitão de abril, à margem da apresentação oficial do programa de comemorações dos 50 anos da revolução dos cravos, em Lisboa.

"O Serviço Nacional de Saúde foi uma das grandes conquistas que o 25 de Abril trouxe a Portugal, tem vindo a decrescer porquê, porque o privado -- tal como fez em Inglaterra, tem vindo aqui a destruir o SNS. Agora, o país é aquilo que nós, em conjunto, temos conseguido fazer dele nestes 50 anos", declarou.

Vasco Lourenço confessou, a este propósito, que não compreende as abstenções nas eleições: "Abster-se é permitir que o outro decida por nós. Temos de ser capazes de encontrar melhores soluções e não nos deixar enganar por frases oportunistas e populistas de quem já provou que quando esteve no poder fez muito pior".

Questionado sobre a operação "Influencer" que levou à demissão do primeiro-ministro, e as ações sob investigação na Madeira, Vasco Lourenço manifestou o receio de que possa estar-se "a caminhar no sentido da judicialização da democracia".

"O poder judicial tem o seu lugar, não pode fazer golpes de Estado", declarou.

"Cuidado que estar a fazer julgamentos na praça pública, sem provas, estar a criar situações como se estão a criar, a democracia aí pode estar em perigo", afirmou Vasco Lourenço, para quem a ação do Ministério Público tem sido "muito questionável".