Jornalistas britânicos e norte-americanos pedem acesso para fazer reportagens em Gaza
Um total de 55 jornalistas de canais de televisão britânicos e norte-americanos, como a BBC, Sky News e a NBC, pediram hoje a Israel e ao Egito "acesso livre e irrestrito" à Faixa de Gaza.
Os jornalistas salientam, numa carta aberta enviada às embaixadas israelita e egípcia em Londres, que, quase cinco meses após o início da guerra, "continua a ser negado aos jornalistas estrangeiros o acesso ao território, para além das poucas viagens escoltadas com o exército israelita".
"Pedimos aos governos de Israel e do Egito que permitam o acesso livre e irrestrito a Gaza para todos os meios de comunicação estrangeiros", urgiram.
Apelam também ao Governo israelita para que "autorize publicamente os jornalistas internacionais a operar em Gaza" e às autoridades egípcias que lhes permitam o acesso ao posto fronteiriço de Rafa.
O grupo de jornalistas das estações BBC, Sky News, ITV, Channel 4, CNN, ABC, NBC e CBS consideram "imperativo" que possam ser realizadas "reportagens completas no terreno".
"As nossas organizações, que têm décadas de experiência a noticiar conflitos em todo o mundo e guerras anteriores em Gaza, entendem bem os riscos", concluem.
A guerra eclodiu a 07 de outubro, quando comandos do Hamas lançaram um ataque sem precedentes a partir de Gaza contra o sul de Israel, provocando a morte de 1.163 pessoas, na maioria civis, e cerca de 250 reféns, 130 dos quais permanecem em cativeiro, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.
Israel respondeu com uma ofensiva aérea e terrestre maciça no território palestiniano como represália, resultando em cerca de 29.900 mortos, mais de 70.000 feridos e 8.000 desaparecidos, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais.
O conflito fez também quase dois milhões de deslocados (mais de 85% dos habitantes), mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com toda a população afetada por níveis graves de fome que já está a fazer vítimas, segundo a ONU.