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A Guerra Mundo

Menos de um sexto dos que precisavam conseguiu sair de Gaza

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Cerca de 8.000 pessoas precisavam de sair de Gaza, incluindo 6.000 feridos, mas menos de um sexto (1.243) conseguiu chegar ao Egito através da passagem de Rafah, anunciou hoje a Organização Mundial de Saúde (OMS).

O número dos que saíram incluía 790 feridos pela guerra e 445 doentes, disse o representante da OMS nos Territórios Palestinianos, Rik Peeperkorn, numa conferência de imprensa em Jerusalém para os jornalistas acreditados junto da ONU em Genebra.

Peeperkorn disse que a guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas já fez cerca de 100.000 vítimas, entre mortos, feridos e desaparecidos.

Referiu também que três em cada quatro hospitais da Faixa de Gaza (27 em 36) foram atacados.

A OMS contabilizou 342 ataques contra a rede de saúde de Gaza, que mataram 627 pessoas e feriram 783, disse Peeperkorn, citado pela agência espanhola EFE.

O representante da OMS referiu que 61 profissionais de saúde foram detidos pelas autoridades israelitas e mais de 45 ambulâncias foram danificadas nas hostilidades.

"Nós, na OMS, estamos extremamente preocupados com a desnutrição, os nossos parceiros relataram vários casos entre as crianças, e os níveis de insegurança alimentar aguda em Gaza não têm precedentes na história recente", alertou.

A partir de Gaza, também por videoconferência, o chefe do gabinete local da OMS, Ahmed Dahir, corroborou as palavras de Peeperkorn.

"As pessoas parecem visivelmente fracas e subnutridas e quase todas as pessoas com quem falamos nos dizem que estão a passar fome", contou.

Disse também que "o moral do pessoal médico diminuiu significativamente devido aos violentos confrontos e às circunstâncias complicadas".

A Faixa de Gaza, com 2,3 milhões de habitantes, tem estado sob constantes bombardeamentos e ataques de forças terrestres israelitas que provocaram mais de 27.000 mortos, segundo as autoridades do Hamas.

Trata-se da reação israelita ao ataque sem precedentes que sofreu em 07 de outubro de 2023, quando militantes do Hamas atacaram o sul de Israel e mataram cerca de 1.200 pessoas e fizeram centenas de reféns.