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Desporto

Barcelona e PSG perseguem Lyon no pódio dos clubes mais gastadores em Janeiro

O Lyon foi o clube mais gastador da janela de Inverno. Foto Valery HACHE / AFP
O Lyon foi o clube mais gastador da janela de Inverno. Foto Valery HACHE / AFP

FC Barcelona e Paris Saint-Germain, com 40 milhões de euros (ME) investidos cada um, perseguiram o surpreendente Lyon no pódio dos clubes com maior despesa na janela de transferências futebolísticas de inverno, que encerrou na quinta-feira.

A aposta em 'miúdos' brasileiros uniu catalães e parisienses, tendo o campeão espanhol antecipado a vinda do avançado Vítor Roque, meio ano após ter sido anunciada a venda mais alta de sempre do Athletico Paranaense, com 40 ME fixos, mais 21 ME em bónus.

Já os bicampeões franceses foram buscar o defesa central Lucas Beraldo ao São Paulo por 20 ME, quantia idêntica à da contratação do médio defensivo Gabriel Moscardo, que continuará a representar o Corinthians por empréstimo até ao final da época na Europa.

Sem saídas relevantes, FC Barcelona e Paris Saint-Germain foram superados nas horas finais do mercado pelo Lyon, autor de um inédito heptacampeonato francês logo no início do século XXI, que pagou 50,13 ME na tentativa de fugir aos últimos lugares da Ligue 1.

Os avançados Malick Fofana (17 ME) e Gift Orban (12 ME) chegaram do Gent, o médio Nemanja Matic, que jogou no Benfica, veio do Rennes (2,6 ME) e o centrocampista Orel Mangala foi cedido pelo Nottingham Forest, de Nuno Espírito Santo, a troco de 11,7 ME.

O Lyon selou também vários negócios com os brasileiros do Botafogo, detidos pelo norte-americano John Textor, maior acionista dos gauleses, ao ceder o extremo Jeffinho, tendo adquirido o guarda-redes Lucas Perri (3,25 ME) e o defesa central Adryelson (3,58 ME).

O Rennes, com Azor Matusiwa (ex-Reims, 15,5 ME) e Alidu Seidu (ex-Clermont, 11 ME), também ajudou a Liga francesa a ser a mais gastadora no inverno, tal como o Marselha, que uniu Quentin Merlin (ex-Nantes, 10 ME), Faris Moumbagna (ex-Bodø/Glimt, oito ME), Ulisses Garcia (ex-Young Boys, quatro ME) e Jean Onana, cedido pelo Besiktas, mas viu Renan Lodi (23 ME) reforçar o Al-Hilal, de Jorge Jesus, e emprestou Vitinha ao Génova.

Mais discreto esteve o Lille, de Paulo Fonseca, ao trazer da I Liga portuguesa o extremo Tiago Morais (ex-Boavista, quatro ME) e Rafael Fernandes (ex-Arouca, 2,5 ME), que vai colmatar no eixo defensivo a saída do compatriota Tiago Djaló para a Juventus (5,1 ME).

Os 'bianconeri' recrutaram ainda Carlos Alcaraz por cedência do Southampton, num mês agitado em Itália pelo campeão Nápoles, ao qual foram emprestados Hamed Traorè (ex-Bournemouth) e Leander Dendoncker (ex-Aston Villa), com Cyril Ngonge (ex-Hellas, 18 ME) e Pasquale Mazzocchi (ex-Salernitana, três ME) a assinarem vínculos prolongados.

Já Tajon Buchanan (ex-Club Brugge, sete ME) e Filippo Terracciano (ex- Hellas, 4,5 ME) foram as únicas 'caras novas' dos 'vizinhos' Inter Milão e AC Milan, que juntou 1,5 ME do Génova pela opção de compra de Júnior Messias e cedeu Rade Krunic ao Fenerbahçe.

Num mês em que José Mourinho deixou o comando técnico e Tiago Pinto está prestes a sair do cargo de diretor-geral, a Roma recebeu Angeliño (ex-Leipzig) e Dean Huijsen (ex-Juventus), ambos emprestados, e Tommaso Baldanzi (ex-Empoli, 10 ME), ao passo que Andrea Belotti foi cedido à Fiorentina e Matías Viña ingressou no Flamengo por 8,1 ME.

Se a Lazio foi o único clube da Liga italiana sem entradas, tal como sucedeu com Brest e Le Havre em França, esse lastro foi acentuado em Inglaterra por Arsenal, Bournemouth, Everton, Fulham, de Marco Silva, Liverpool, Manchester United, Newcastle ou Chelsea.

Os 'blues' tinham sido líderes mundiais em despesas com transferências nas últimas três janelas, ao pagarem 1.079,29 ME por 28 atletas, mas, face às limitações associadas ao regulamento de sustentabilidade da Premier League, não gastaram dinheiro no inverno.

O campeão inglês e europeu Manchester City depositou 14,5 ME pelo emergente médio ofensivo argentino Claudio Echeverri, que permanecerá no River Plate até dezembro por empréstimo, condição através da qual Kalvin Phillips rumou dos 'citizens' ao West Ham.

Se o Crystal Palace foi o clube com maior investimento da Premier League (29,1 ME), o Tottenham custeou o reforço mais caro, ao pagar 25 ME ao Génova pelo defesa central Radu Dragu?in, que se juntou em Londres a Timo Werner, mediante cedência do Leipzig.

Num mês em que devolveram ao Liverpool Fábio Carvalho - que rumou temporariamente ao Hull City - e lograram três ME com a saída de Emil Forsberg para o New York, clube também dirigido pela Red Bull, os alemães trouxeram Eljif Elmas do Nápoles por 24 ME.

Jadon Sancho retornou ao Borussia Dortmund por cedência do Manchester United, num trajeto imitado por Ian Maatsen (ex-Chelsea) e invertido por Giovanni Reyna (Nottingham Forest), da mesma forma como Borja Iglesias passou do Betis para o Bayer Leverkusen.

O multicampeão germânico Bayern Munique juntou Sacha Boey (ex-Galatasaray, 30 ME) aos empréstimos de Bryan Zaragoza (ex-Granada, com taxa de 4,5 ME) e Eric Dier (ex-Tottenham), defesa central formado no Sporting, ambos com opção, tal como rumaram a Frankfurt Donny van de Beek (ex-Manchester United) e Hugo Ekitiké (ex-PSG, 3,5 ME).

Borussia Mönchengladbach, Colónia e Heidenheim não exibiram qualquer 'cara nova' à Bundesliga, imitando os casos de Athletic Bilbau, Girona, Las Palmas, Osasuna ou Real Madrid em Espanha, onde só o FC Barcelona superou a despesa do Atlético de Madrid.

Além da investida sem custos por Gabriel Paulista (ex-Valência), os madrilenos pagaram 30 ME por Arthur Vermeeren (ex-Antuérpia) e 800.000 euros por Horatiu Moldovan (ex-Rapid Bucareste), assistindo às saídas de Çaglar Söyüncü (Fenerbahçe, dois ME) e Javi Galán (Real Sociedad), ambos por empréstimo, ou Ivo Grbic (Sheffield United, 2,5 ME).

O Betis amealhou 16 ME com a venda de Luiz Henrique ao Botafogo, num negócio que, caso efetive os quatro ME previstos em objetivos, passará a ser a maior compra feita por um clube brasileiro, fasquia que foi estabelecida pelo Flamengo em 2020, quando ativou junto do Inter Milão uma opção de 17,5 ME por Gabriel Barbosa, ex-dianteiro do Benfica.

França inverte histórica hegemonia de Inglaterra em gastos no mercado de inverno

A Liga francesa de futebol inverteu a histórica supremacia de Inglaterra em despesas na janela de transferências de inverno, que fechou na quinta-feira, ao gastar 190,93 milhões de euros (ME), destacando-se do restante top 4 europeu.

Terceiro campeonato com maior investimento no último verão, com 913,14 ME, atrás das congéneres inglesa e saudita, a Ligue 1 superou agora os 132,4 ME despendidos a meio da última época e superou o anterior recorde de 171,3 ME, que vigorava desde 2016/17.

Os franceses nunca tinham gastado tanto dinheiro numa temporada inteira e passaram a ladear Itália (1999/00), Rússia (2009/10) e China (2015/16, 2016/17 e 2018/19) nas raras exceções feitas ao domínio da Premier League nos mercados de inverno no século XXI.

Com apenas 119,82 ME investidos entre 01 de janeiro e quinta-feira, os ingleses 'caíram' imenso face ao máximo de despesa de 842,56 ME fixado no período homólogo da época passada e induzido pela realização do Mundial2022 às portas da reabertura do mercado.

Os gastos acumulados pelos 20 clubes da Premier League a meio de 2023/24 equivalem quase aos 121 ME investidos há um ano pelo Chelsea - líder mundial em despesas com transferências nas últimas três janelas - junto do campeão português Benfica pelo médio argentino Enzo Fernández, que passou a ser o reforço mais caro de sempre dos 'blues'.

Os ingleses foram superados pelos escalões principais francês e brasileiro (146,98 ME), que permite transações até março, enquanto Itália (de 32,41 para 101,25 ME), Alemanha (de 67,27 para 82,5) e Espanha (de 35,48 para 81,25) cresceram em relação a 2022/23.

Impulsionada pelo Fundo de Investimento Público (PIF), a Arábia Saudita tinha emergido como nova atração de mercado durante o verão passado e passou a dar concorrência à elite europeia, ao libertar uns exuberantes 949,14 ME, mas, com a quota de oito atletas estrangeiros por clube quase cheia, só foi a 15.ª mais gastadora em janeiro, com 23 ME.

Esse montante correspondeu à mudança do defesa esquerdo brasileiro Renan Lodi dos franceses do Marselha para o Al-Hilal, orientado por Jorge Jesus e que, por comparação com o defeso, baixou do segundo para o 12.º lugar entre os clubes com mais despesas.

A supremacia da Ligue 1 foi globalmente sustentada por Lyon (50,13 ME), o bicampeão francês Paris Saint-Germain (40 ME) - que repartiu a vice-liderança dessa tabela com o campeão espanhol FC Barcelona -, Rennes (26,5 ME), oitavo, e Marselha (22 ME), 15.º.

Se o pentacampeão russo Zenit São Petersburgo (29,85 ME) encerrou o top 5, atrás do multicampeão alemão Bayern Munique (34,5 ME), o Benfica figurou como o sétimo mais gastador em termos mundiais, ao despender 27 ME entre os dianteiros brasileiro Marcos Leonardo (ex-Santos, 18 ME) e argentino Gianluca Prestianni (ex-Vélez Sarsfield, nove).

Os 'encarnados' foram ainda sextos em receitas (26 ME), numa rubrica dominada pelos brasileiros do Athletico Paranaense (45 ME), que auferiram 40 ME com a saída do jovem avançado Vitor Roque para o FC Barcelona, seguindo-se os italianos do Hellas Verona (44,7 ME) ou o Palmeiras (33,01 ME), bicampeão do Brasil sob alçada de Abel Ferreira.

Vitor Roque foi mesmo o negócio mais caro deste inverno, cujo top 10 de transferências movimentou 239,1 ME, quase metade dos 466,6 ME somados no ano passado, e coloca Marcos Leonardo no nono lugar, a par dos belgas Arthur Vermeeren e Cyril Ngonge, que também foram contratados por 18 ME por Atlético de Madrid e Nápoles, respetivamente.

Hellas Verona (36,4 ME), Athletico Paranaense (33,38 ME) e o campeão argentino River Plate (25,48 ME) tiveram os melhores saldos de transferências na janela de inverno, em contraste com Lyon, PSG, FC Barcelona e Bayern Munique, os dois últimos sem saídas.

A I Liga portuguesa finalizou como 11.ª em gastos (47,4 ME) e sétima em receitas (50,7), capítulo no qual também ficou longe da liderança exercida pelo Brasileirão (195,93 ME).

O mercado continuará ativo em países como Áustria, Hungria, Polónia, Roménia, Rússia, Suíça, Sérvia, Turquia, Ucrânia, Argentina, Brasil e China, estando os jogadores em final de contrato autorizados a comprometerem-se livremente com outro clube para 2024/25.