Todos sabemos que diferentes profissões enfrentam situações precárias, com salários reduzidos e acesso dificultado a boas condições de trabalho.

Em Machico, não poderia ser uma situação diferente, mas olhemos com maior cuidado para aquilo que actualmente se passa nos “Bombeiros” Municipais de Machico (entre aspas, pois não são bem bombeiros). Cada um de nós vive o seu dia a dia na crença, de que, precisando de qualquer ajuda de socorro, que virá alguém ou uma equipa socorrer. Quedas, cheias, acidentes de viação, sensações de mal-estar abrupto, acidentes em casa, animais em perigo, incêndios, e outras situações possíveis...em qualquer uma destas situações esperamos poder contar com os nossos “bombeiros” para nos socorrerem no imediato e mais tarde nos transportarem para cuidados de saúde primários. Mas será que eles podem contar connosco? Ou pelo menos, com o sector do estado/município que poderia zelar por este cuidado?

É lamentável o que se passa nesta nossa corporação de “bombeiros”, onde trabalham cerca de 20 homens e mulheres, que diariamente exercem, e, bem o seu serviço para o qual tiraram formação. Quando algum acidente ocorrer, é com eles com todos nós esperamos contar! Mas sabiam que são considerados assistentes operacionais e não Bombeiros? Trabalham como bombeiros, tiram as formações para tal, mas operam segundo a lei como assistentes operacionais. Acesso a fardas (valha-nos isso), eles têm! Isso ninguém lhes nega, mas acesso à profissão digna, para a qual, se formaram e exercem diariamente, não existe, pelo menos em Machico. Esperem, desculpem, existem apenas para alguns deles!

Questiono, se existirá alguma outra corporação nesta situação?

Deixo só o último alerta a todos os Machiquenses: Se um dia algum de vós, tiver o azar de precisar da corporação de “bombeiros” e vos responderem “desculpe, mas está a falar com um assistente operacional e não com um bombeiro, não posso socorrê-la no imediato, no máximo terei que ver qual o colega bombeiro que está de serviço”, não achem estranho, afinal, estão apenas a fazer o seu “papel”.

Maria do Rosário Franco