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Investigação Judicial Madeira

Segurança máxima no transporte dos arguidos do caso da Madeira

Pedro Calado, Avelino Farinha e Custódio Correia foram hoje presentes ao Tribunal Central de Instrução Criminal

Os três arguidos detidos são transportados numa carrinha escoltada por dois automóveis descaracterizados da PJ
Os três arguidos detidos são transportados numa carrinha escoltada por dois automóveis descaracterizados da PJ, Foto MP

Primeiro interrogatório judicial de Custódio Correia durou oito horas. Trabalhos são retomados às 9h30 de amanhã

Pedro Calado, Avelino Farinha e Custódio Correia permanecem detidos a aguardar o primeiro interrogatório judicial e a aplicação de medidas de coacção por partes do juiz de instrução criminal. 

Os arguidos detidos no âmbito do processo de corrupção na Região Autónoma da Madeira estão a pernoitar há uma semana no estabelecimento prisional anexo às instalações da Polícia Judiciária, em Lisboa, com saídas exclusivas para o Tribunal Central de Instrução Criminal, onde hoje foram presentes pela sexta vez. 

O transporte dos três investigados é feito em simultâneo com recurso a segurança máxima numa carrinha escoltada por dois automóveis descaracterizados da PJ em marcha de urgência. Confira o vídeo da saída dos detidos do Campus de Justiça em direcção à PJ:

O primeiro interrogatório judicial de Custódio Correia, que teve ontem início, prosseguiu esta quinta-feira, por oito horas. Enquanto decorria a fase de inquérito do CEO da Socicorreia, os restantes arguidos reuniam com a defesa para consultar as provas indiciárias do Ministério Público. 

À saída do Campus de Justiça, o advogado do empresário de Braga, André Navarro de Noronha, revelou aos jornalistas que o interrogatório tem continuidade amanhã, pelas 9h30, com a defesa a apresentar questões, tendo em conta que o Ministério Público e o magistrado já esclareceram as suas dúvidas.

A perspectiva é que as diligências não se prolonguem por muito mais tempo. Hoje Custódio Correia "respondeu rigorosamente a todas as perguntas que foram feitas", disse o representante, destacando que a sessão serviu para "o esclarecimento da verdade".

O DIÁRIO captou o momento da saída do representante do grupo de construção civil e promoção imobiliária da sala de interrogatórios do Tribunal Central de Instrução Criminal: 

Nas imagens é possível ver o advogado de defesa, André Navarro de Noronha (à frente), um agente da PSP (no meio), e Custódio Correia (atrás). 

A detenção dos arguidos até a conclusão do primeiro interrogatório judicial é uma medida excepcional como forma a salvaguardar a investigação e a ordem pública. A restrição da liberdade dos investigados ocorre apenas quando estritamente necessária para, por exemplo, prevenir a fuga do arguido, evitar a continuação da actividade criminosa ou proteger vítimas e testemunhas.

As investigações do Ministério Público incidem sobre factos ocorridos a partir de 2015, susceptíveis de consubstanciar crimes de atentado contra o Estado de direito, prevaricação, recebimento indevido de vantagem, corrupção passiva, corrupção activa, participação económica em negócio, abuso de poderes e de tráfico de influência.

No âmbito deste caso, foi ainda constituído arguido o agora demissionário presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque.