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Grupo de manifestantes bloqueia trânsito em várias estradas de fronteira

Foto DR/XTwitter
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Um grupo de agricultores em protesto provocou hoje bloqueios sucessivos na autoestrada A6, na zona de Elvas, distrito de Portalegre, no sentido Elvas Oeste - Caia, alegando que as viaturas que conduziam tinham problemas mecânicos.

Perto das 07:00, uma coluna de carrinhas e veículos todo-o-terreno, encabeçada por uma viatura da GNR, entrou na A6 em direção à fronteira do Caia, mas pouco depois do nó Elvas Oeste, onde tinha entrado, dois carros, um em cada faixa, pararam.

Os condutores abriram o capô dos veículos e alegaram que as viaturas estavam avariadas, impedindo a passagem do trânsito.

Elementos da GNR deslocaram para o local do impedimento do trânsito e mandaram circular os veículos, mas um pouco mais à frente outros dois carros pararam, provocando novamente o bloqueio do trânsito.

Este impedimento à circulação rodoviária verificou-se ao quilómetro 141,9 da A6.

Às 07:15, um outro grupo de agricultores iniciou no sentido contrário da A6 uma marcha lenta, com paragens pontuais.

Os agricultores estão hoje na rua com os seus tratores, de norte a sul, reclamando a valorização do setor e condições justas, num protesto que deverá bloquear várias estradas, tal como tem acontecido em outros pontos da Europa.

A iniciativa é organizada pelo Movimento Civil de Agricultores.

Dezenas de tratores interrompem circulação na A25, em Vilar Formoso, na Guarda

Também dezenas de máquinas agrícolas e agricultores estão a interromper desde as 06:00 a circulação na Autoestrada 25 (A25), entre o nó de Leomil e Vilar Formoso, na Guarda.

O protesto está a juntar agricultores de toda a Beira Interior, de acordo com o porta-voz do Movimento Civil de Agricultores para a região das Beiras.

Em declarações à agência Lusa, Ricardo Estrela, agricultor, que está em marcha lenta na A25, contou que as máquinas agrícolas, reboques e veículos entraram cerca das 06:00 no nó de Leomil e cerca das 06:50 estavam em marcha lenta em direção a Vilar Formoso.

"A ideia é bloquear, mas estamos em marcha lenta para permitir que mais veículos possam participar e entrar na autoestrada. Nesta altura é difícil dizer quantos veículos estão na autoestrada, mas vieram agricultores de toda a Beira Interior", disse.

De acordo com Ricardo Estrela, os agricultores começaram a chegar cedo, alguns ainda na quarta-feira à noite.

"Em termos de número de máquinas é uma coisa nunca antes vistas. Atrevo-me a dizer que estamos a fazer historia no setor, estamos a mostrar a nossa união. Quando queremos somos unidos", referiu.

Os agricultores estão hoje na rua com os seus tratores, de norte a sul do país, reclamando a valorização do setor e condições justas, tal como tem acontecido em outros pontos da Europa.

O protesto, uma iniciativa do Movimento Civil de Agricultores, decorre um dia depois de o Governo ter anunciado um pacote de mais de 400 milhões de euros, destinado a mitigar o impacto provocado pela seca e a reforçar o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC).

O pacote abrange entre outras, medidas à produção, no valor de 200 milhões de euros, assegurando a cobertura das quebras de produção e a criação de uma linha de crédito de 50 milhões de euros, com taxa de juro zero.

Segundo um comunicado divulgado na quarta-feira pelo movimento, os agricultores reclamam o direito à alimentação adequada, condições justas e a valorização da atividade.

Protesto corta EN260 na fronteira alentejana de Vla Verde de Ficalho

Perto de 100 tratores e máquinas agrícolas estão a cortar a Estrada Nacional 260 (EN260), na zona de Vila Verde de Ficalho (Beja), junto da fronteira com Espanha, desde as 03:00, no âmbito da manifestação de agricultores.

"Nós não vamos partir nada, não vamos voltar camiões, não vamos agredir ninguém. Nós estamos aqui por nós, pelas nossas famílias, pela nossa sobrevivência", disse à agência Lusa António João Veríssimo, um dos porta-vozes do movimento promotor dos protestos de hoje pelo país.

À saída de Vila Verde de Ficalho em direção a Espanha, também onde se encontram alguns veículos e elementos da GNR, estão estacionados no meio da estrada, atravessados, os primeiros tratores.

É também aí que se concentra o primeiro grupo de agricultores, numa zona lateral, de terra batida, junto de um lume forte, com enchidos para preparar no fogo, sumo e até uma garrafa de vinho.

No escuro da madrugada, à medida que se vai andando, constatou a Lusa no local, vão surgindo, em filas sucessivas e desencontrados, tratores, outras máquinas agrícolas e até camiões com reboques, todos atravessados.

No final, por volta das 06:15, dezenas de agricultores também estão reunidos nas imediações, uns ao pé dos tratores, outros de volta de outra fogueira, a aquecerem-se, e com uma carrinha com mantimentos ao pé.

Do outro lado, na direção de Espanha para Portugal, apesar do escuro, é possível avistar diversos camiões parados, que não podem passar devido ao bloqueio.

"O nosso lugar não é nas estradas, a barricar estradas. Nós somos trabalhadores do campo, somos as pessoas que produzimos alimentos, merecemos respeito", argumentou António João Veríssimo.

Mas, apesar de afirmar que não pretendem "prejudicar vidas, prejudicar empresas", o agricultor defendeu que os 'homens da terra' tinham que tomar uma medida forte, para demonstrarem a sua insatisfação.

"Eu acho que isto é o limite. Não sei o que é que podemos fazer mais, já é quase último grito. A Política Agrícola Comum (PAC) não está a tratar bem e ser agricultor hoje é quase um risco de vida ou de morte", afiançou.

Os agricultores estão hoje na rua com os seus tratores, de norte a sul, reclamando a valorização do setor e condições justas, num protesto que deverá bloquear várias estradas, tal como tem acontecido em outros pontos da Europa.

Em causa está uma iniciativa do Movimento Civil de Agricultores, previsto começar às 06:00.

O protesto decorre um dia depois de o Governo ter anunciado um pacote de mais de 400 milhões de euros, destinado a mitigar o impacto provocado pela seca e a reforçar o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC).

Segundo um comunicado divulgado na quarta-feira, os agricultores reclamam o direito à alimentação adequada, condições justas e a valorização da atividade.

O movimento, que se apresenta como espontâneo e apartidário, garantiu que os agricultores portugueses estão preparados para "se defenderem do ataque permanente à sustentabilidade, à soberania alimentar e à vida rural".

Em França, os agricultores estão a bloquear várias estradas para denunciar, sobretudo, a queda de rendimentos, as pensões baixas, a complexidade administrativa, a inflação dos padrões e a concorrência estrangeira.

O protesto também tem crescido em países como Espanha, Bélgica, Grécia, Alemanha ou Itália.