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Investigação Judicial Madeira

Custódio Correia começou a ser ouvido, interrogatório prossegue amanhã

Diligências de hoje prolongaram-se por 11 horas

Arguidos deixaram o tribunal pelas 20h25 
Arguidos deixaram o tribunal pelas 20h25 , Foto Marianna Pacifico

Uma semana depois da detenção de três arguidos, o primeiro interrogatório judicial finalmente começou, pelo menos para o empresário de Braga com ligações à Madeira Custódio Correia.

A fase de perguntas e respostas para um dos três detidos no âmbito do processo de alegada corrupção na Região Autónoma da Madeira arrancou no final desta tarde, após um dia com mais de 11 horas de diligências no Tribunal Central de Investigação Criminal, em Lisboa.

À saída do Campus de Justiça, o advogado de defesa André Navarro de Noronha explicou que o seu constituinte começou a responder às perguntas do juiz e pretende continuar a colaborar.

Assumindo que está numa fase muito inicial do inquérito, o representante de Custódio Correia fez votos de que o processo seja célere daqui para a frente: "É um alívio começar. Espero que isto seja apenas um problema no motor de arranque".

O interrogatório prossegue amanhã, pelas 9h30. 

Faz hoje uma semana que Pedro Calado, Avelino Farinha e Custódio Correia foram detidos. Os arguidos deveriam ter começado a ser ouvidos pelo juiz de instrução criminal em 48 horas, mas foram apenas identificados. Só hoje, no oitavo dia, foi possível dar início ao interrogatório. 

A contribuir para retardar o início do primeiro interrogatório judicial estão uma série de factos. Desde logo as falhas processuais na indiciaçao do Ministério Público e a disponibilização completa das provas indiciárias aos advogados de defesa.

Os arguidos têm sido presentes ao Tribunal Central de Investigação Criminal sucessivas vezes, mas até às 12 horas de hoje ainda não tinham começado a ser interrogados. Diversas figuras já criticaram publicamente o excessivo atraso no início da fase de inquérito enquanto os arguidos estão detidos. A defesa afirma que a situação é inédita na justiça portuguesa.

Ontem, o juiz encarregue do processo, Jorge Bernardes de Melo, entendeu de ler as sete dezenas de páginas do despacho de indiciaçao, um documento que os arguidos têm acesso e conhecimento. Pedro Calado, Avelino Farinha e Custódio Correia aguardaram, em pé, durante quatro horas pelo fim da leitura que se estendeu até às 20.

Os oficiais de justiça voltaram a abdicar hoje da greve às horas extraordinárias a pedido do magistrado.