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Madeira

“Bom estado de conservação das Selvagens” destacado por investigadores

Decorreu, ao longo da manhã desta quarta-feira, a apresentação do relatório e do programa de monitorização a longo prazo para aquela reserva natural

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No auditório do Museu da Electricidade – Casa da Luz, a manhã desta quarta-feira tem sido dedicada às ilhas Selvagens. O motivo prende-se com a apresentação do relatório e do programa de monitorização a longo prazo para aquela reserva natural, a primeira a ser criada em Portugal, em 1971.

Com base nos dados recolhidos com a expedição ‘Selvagens 50’, que decorreu entre 22 de Abril e 1 de Maio, envolvendo 28 instituições e cerca de 40 investigadores, a entidade gestora, o Instituto das Florestas e Conservação da Natureza (IFCN) pôde definir, com a colaboração de todos os envolvidos, um conjunto de indicadores que vão permitir colocar no terreno as medidas mais adequadas de gestão.

Aos jornalistas, Paulo Oliveira deu conta de que o programa de monitorização hoje apresentado é “baseado na ciência, na informação, alicerçado no conhecimento”. Para o biólogo, que coordenou a expedição do ano passado, este conjunto de medidas vai permitir “gerir aquela reserva de uma forma mais informada, nos próximos 50 anos”.

Durante esta manhã, cada um dos responsáveis pelas diferentes áreas de estudo teve oportunidade de apresentar o que foi feito e de que maneira os trabalhos desenvolvidos têm contribuído para o programa de monitorização, dando a conhecer as “linhas mestras” do trabalho futuro.

O também vogal do conselho directivo do IFCN destacou a constatação geral do “bom estado de conservação das Selvagens”, apontando os benefícios alcançados com algumas das medidas implementadas no passado, como seja a irradicação das espécies invasoras, com “reflexo muito grande nos habitats”.

"Não há nenhum problema estruturante que tenha sido identificado", ressalvou aquele responsável, embora o fórum criado em torno desta ida às Selvagens, que 'olhou' tanto para os habitats marinhos, como para os terrestres, tenha dado nota de alguns aspectos que carecem de alguma melhoria, com implicações na monitorização e na gestão que é feita. 

Fruto da expedição ‘Selvagem 50’, Paulo Oliveira realça que foram encontradas algumas espécies novas, embora esse não fosse o objectivo primordial desta iniciativa. O trabalho em torno dessas descobertas ainda está em curso.  

Trabalho contínuo evidenciado por Rafaela Fernandes

Presente na sessão de abertura dos trabalhos em torno do relatório e do programa de monitorização resultante da expedição 'Selvagens 50', a secretária regional de Agricultura e Ambiente fez questão de salientar o trabalho contínuo que representa a preservação das ilhas Selvagens.

"Este é um trabalho contínuo. Não ficará nada concluído com a apresentação de hoje, até porque há um programa de monitorização", ressalvou Rafaela Fernandes, que aproveitou para agradecer a colaboração de todos os envolvidos, não apenas nesta expedição, mas em todos os trabalhos realizados ao longo do tempo naquele território. 

A governante aproveitou para deixar nota da importância de alicerçar as decisões políticas no conhecimento científico, sendo imperioso o envolvimento de todos na preservação das Selvagens, deixando o desafio para que "o céu seja o limite".