DNOTICIAS.PT
Mundo

Nikki Haley recusa novo debate a menos que Donald Trump participe

None
Foto AFP

A ex-embaixadora norte-americana Nikki Haley recusou hoje participar no próximo debate presidencial republicano a menos que Donald Trump compareça, deixando o governador da Florida, Ron DeSantis, como o único candidato comprometido com o evento de quinta-feira.

"Tivemos cinco grandes debates nesta campanha", disse Haley num comunicado divulgado enquanto fazia campanha em New Hampshire, o próximo estado a realizar eleições primárias.

"Infelizmente, Donald Trump evitou todos eles. Ele não tem mais onde se esconder. O próximo debate que farei será com Donald Trump ou com Joe Biden. Estou ansiosa por isso", acrescentou.

A declaração foi divulgada após o importante 'caucus' do Iowa, no qual o ex-presidente Donald Trump alcançou uma vitória por ampla margem sobre Haley e DeSantis.

Com os dois candidatos numa competição acirrada pelo segundo lugar em Iowa, Haley tentou fazer com que o seu argumento eleitoral fosse mais sobre Trump do que sobre DeSantis, repetindo a retórica de que a sua candidatura marca uma reviravolta no "caos" que envolve o candidato preferido dos republicanos.

O movimento da ex-embaixadora pode também ser visto como resultado do último debate, que contou apenas com Haley e DeSantis e no qual a candidata não teve um desempenho tão bom quanto o esperado, o que se refletiu nas urnas, com DeSantis a derrotá-la na corrida pelo segundo lugar em Iowa.

Haley disse aos eleitores do 'caucus' que escolhê-la dá aos republicanos uma melhor chance de derrotar o atual Presidente, o Democrata Joe Biden, em novembro, apontando para os dados das sondagens que mostram que tem a maior vantagem entre os republicanos numa eventual disputa para as eleições gerais.

Na plataforma X (antigo Twitter), DeSantis disse que Haley "tem medo de debater porque não quer responder às perguntas difíceis".

O governador acusou Haley de "concorrer para ser vice-presidente de Trump" e disse estar "ansioso para debater em dois pódios vazios" no evento desta semana.

O porta-voz de Trump Steven Cheung classificou hoje Haley como uma "globalista desesperada que quer impostos mais altos, fronteiras abertas e que a China domine os Estados Unidos".

Acrescentou ainda: "É por isso que as únicas pessoas que votam nela são os democratas que estão a tentar interferir numa primária republicana".

Haley enfrentou DeSantis no mais recente debate do Partido Republicano na semana passada em Iowa, num confronto de duas horas.

Com a campanha do Partido Republicano agora a mudar-se para New Hampshire, antes das primárias daquele estado na próxima semana, Haley projetou confiança de que conseguirá o impulso necessário para reduzir a força de Trump.

Depois da noite de 'caucus' no Iowa, Haley embarcou num voo noturno para New Hampshire, onde tem planeado um evento com o governador Chris Sununu ao final do dia.

Já DeSantis, rompendo com a tradição, voou diretamente para o estado natal de Haley, a Carolina do Sul, admitindo que esta paragem antes de ir para New Hampshire tinha como objetivo enviar uma mensagem de que competirá ferozmente neste estado, cujas primárias estão agendadas para o próximo mês.

Após a vitória no 'caucus', Trump voou para Nova Iorque, onde era esperado no tribunal para uma das suas múltiplas comparências perante a justiça, antes de seguir para New Hampshire para um comício de campanha.

No Iowa, o magnata, de 77 anos, que responde por quatro acusações criminais, deixou os principais rivais para trás, arrecadando 51,1% dos votos com quase 100% dos boletins contados, de acordo com as agências de notícias France-Presse e EFE.

Uma diferença de quase 30% em relação ao segundo lugar, ocupado por DeSantis (21,2%) e bastante superior à terceira posição, ocupada por Haley (19,1%).