Madeira

“O mundo mudou, menos para o Aeroporto da Madeira”

Eduardo Jesus, secretário regional de Turismo e Cultura, nas Jornadas Parlamentares do PSD

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Os constrangimentos na operacionalidade do Aeroporto da Madeira foi tema em destaque na intervenção de Eduardo Jesus, secretário regional de Turismo e Cultura, no painel ‘Mobilidade no Atlântico’ das Jornadas Parlamentares do PSD.

Minimizar o efeito dos ventos é um dos desafios futuros que se colocam à Região, para concluir que “o mundo mudou, menos para o Aeroporto da Madeira”.

Eduardo Jesus não exige que a questão dos ventos se mantenha como obrigatórios ou passem a recomendatórios, como se verifica na generalidade dos aeroportos, mas exige uma reapreciação razoável das entidades responsáveis.

Criticou a “via sacra” que tem sido este processo de ‘revisão’ dos ventos, sendo certo que 80 % dos voos que divergem estavam apenas até 5 nós acima do limite, ou seja “apenas 5 nós e resolviam 80 % do problema”, reforça.

O governante recusa que possa ser colocada em causa a segurança aeroportuária com a desejada reavaliação dos limites de vento que perduram desde 1964, data de construção da pista em Santa Cruz.

“Não me falem em questões de segurança porque nós somos os primeiros a vender segurança”, afirmou.

Mostrou-se também preocupado com o protelar do processo de reforço de equipamentos que possam contribuir para ‘alargar’ os limites de segurança relativos ao vento, por ser público que “lá para 2025 o investimento da NAV estará em condições de produzir informação”. Eduardo Jesus considera muito tempo. “Ninguém suporta este sufoco até 2025”, manifesta, ao mesmo tempo que reclama a necessidade de se “encontrar um caminho alternativo” para mitigar o constrangimento que tem sido recorrente nos últimos anos.

Antes, fez uma resenha das ligações aéreas, não só para a ilha da Madeira, mas também para o Porto Santo, que foi o primeiro aeroporto no arquipélago, em 1960. “Para que não se cometa a mesma tentação no futuro”, apresentou cartoon sobre os primeiros anos da operação para a ‘ilha dourada’, altura em que os passageiros eram convidados a vir de barco para a Madeira.

Depois deu a conhecer os números que reforçam a importância crucial do Aeroporto da Madeira.

Desde a 1964, ano da inauguração do Aeroporto da Madeira, operaram 141 companhias de e para a Madeira. Se na primeira década o movimento aéreo resumia-se a cinco rotas, na presente década a Madeira está presente em 137 rotas. “Evolução que demonstra bem a importância desta acessibilidade e a importância da mobilidade aérea”.

Não sendo novidade, recordou que “2022 foi o melhor ano de sempre”, bem patente no movimento aéreo de mais de 4 milhões de passageiros (+21,28 % que em 2019), através da ligação a 34 países e a um total de 98 aeroportos.

Destacou o reposicionamento do destino Madeira e os cerca de 16 milhões de euros de investimento na Promoção durante a pandemia, e concluir que “durante a pandemia a Madeira investiu quase sem limites no que diz respeito à construção de confiança”, concretizou.