Madeira

Portas desafia instituições a "melhorar as capacidades de avaliação de risco"

Na sua palestra, o antigo governante frisou que "a Madeira está francamente melhor do que a República"

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Os resultados económicos neste primeiro trimestre "não têm nada de brilho, mas é muito melhor que ter uma contração"

Paulo Portas, que falava esta tarde na cerimónia do 'Dia do Empresário Madeirense', alertou os empresários para o "factor da imprevisibilidade", dando como exemplos a pandemia da COVID e a guerra da Ucrânia, para também desafiar as instituições a "melhorar as capacidades de avaliação de risco instaladas".

Na sua intervenção, e já mais focado na realidade dos factos, considerou que o ano de 2023 será um ano mais positivo do que alguns previam, tendo Portugal, por exemplo, se afastado, e bem, do risco de contração. "Os resultados económicos neste primeiro trimestre não têm nada de brilho, mas é muito melhor que ter uma contração".

Depois de ouvir Miguel Albuquerque a destacar o crescimento das empresas tecnológicas na Madeira, e a aposta neste sector ao abrigo do Plano Recuperação e Resiliência (PRR), Portas considerou um "acto de inteligência" o facto de a Madeira estar a preparar os jovens para as competências digitais.

Que a Madeira se saiba adaptar, apesar de algumas adversidades, e saiba preparar os seus jovens para a economia do futuro, esse é o melhor investimento que pode fazer Paulo Portas

Antes ainda, o CEO da Vinciamo Consulting, destacou os bons indicadores regionais, abaixo da média nacional, na inflação e no desemprego. Acima da média destacou, por outro lado, o crescimento económico e os indicadores ao nível do turismo. "A Madeira poderia adormecer confortavelmente(...) a Madeira está francamente melhor do que a República", disse. 

Apesar dos resultados económicos, no continente há deterioração política. Mas, na Madeira há satisfação com a estabilidade política e económica Paulo Portas

Sobre a política internacional, o ex-vice-primeiro-ministro de Portugal expressou duras críticas ao presidente russo, Vladimir Putin, alegando que nunca viu "um chefe tão incompetente" como ele. Portas afirmou que Putin falhou em uma série de planos estratégicos, desde o plano A até o plano F, deixando-o perplexo diante de uma sequência de falhas sem precedentes. "Nunca vi nada assim", frisou, lembrando, no entanto, que o líder russo "não é um militar".

Paulo Portas compartilhou as suas perspetivas sobre o conflicto em curso na Ucrânia, evidenciando a mudança de equilíbrio de forças ao longo do tempo. Portas observou que, no início do conflicto, uma das forças envolvidas era consideravelmente "mais forte", mas que ao longo do tempo, ambas as partes se "tornaram mais equilibradas". O antigo governante nacional destacou que essa situação pode levar a que uma das partes "acredite que não vão perder", enquanto outras "pense que vai ganhar". No entanto, Portas enfatizou que o mais importante é que ambas as partes se sentem à mesa para buscar uma solução pacífica.