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40 Anos, A EMPRESA e a AUTONOMIA

Hoje, somos 65 em vez de 40, somos mais competentes, mais competitivos e mais profissionais

40 Anos, podem ser muito poucos anos, nalguns casos o início da maturidade, noutros bastantes, isto, por exemplo se estivermos a falar de uma Empresa, é o caso!

Por norma, as empresas portuguesas duram entre 10 e 11 anos foi a conclusão de um estudo levado a cabo pelo Banco de Portugal, com origem na análise de 511 mil empresas criadas no país entre 1991 e 2009, o que não deixa de ser impressionante e elucidativo.

Há alguns meses e respondendo a um desafio que me foi colocado pelo Director deste matutino e ao qual tenho tentado responder o melhor que posso e sei, tenho assumido a responsabilidade de mensalmente, preencher um espaço acordado, com algumas normas técnicas que muitas vezes, por falta de habilidade e com o beneplácito do Dr. Ricardo Oliveira não cumpro, “abusando um coisinha” do espaço concedido, mas, com total liberdade relativamente aos conteúdos.

Em relação à época que vivemos não deixa de ser espantoso e que eu, perante “tanta” liberdade por forma de estar e maneira de ser, estabeleci eu próprio, as minhas regras. Hoje abro uma excepção, é normal as regras terem a chamada excepção à regra e por isso lá vai.

Não vou tratar de assuntos pessoais ou onde tenha interesses, neste espaço; mas, hoje e aqui, passe a publicidade vou falar da FN hotelaria, empresa onde e conjuntamente com um grupo de outras pessoas, entretanto falecidas, ajudei a fundar e erguer e como este mês cumpre 40 anos, eis o motivo da excepção. E por mais algumas razões:

- Faço-o, porque já lá não trabalho há dois anos e meio.

- A empresa que começou com 5 pessoas, hoje tem 65, tendo mesmo durante a pandemia mantido todos os trabalhadores e assegurado sempre a totalidade dos seus compromissos.

- Hoje a nível nacional somos a empresa que é líder no sector onde operamos, sendo reconhecidos, na gíria e por alguns concorrentes, como sendo “de outro campeonato”. Em linguagem futebolística, mais facilmente entendível somos o Benfica, o Porto ou o Sporting dependendo das preferências de cada um e não o Marítimo...

- Isto é feito a partir da Madeira e onde mais de 90% dos trabalhadores são madeirenses.

- Porque a minha visão, após mais de 50 anos em termos profissionais é claramente, que as empresas são feitas por pessoas e para as pessoas. E só é possível fazer coisas excelentes com pessoas excelentes. Tão simples como isso, é que aquela conversa bem madeirense de...” o gajo teve foi sorte”, não chega, é muito curtinho para o que se pretende.

- Porque quero deixar a minha Gratidão e singela Homenagem a uma equipa de profissionais fantásticos, que tive o privilégio de reunir, dirigir e ser companheiro de trabalho durante tantos anos. O meu agradecimento sincero e do fundo do coração a todos eles e elas.

Podia ficar horas a contar episódios, que se passaram ao longo deste tempo, pois foram tantos anos; não vou fazê-lo, apenas um e que me ajudará a dar suporte ao conteúdo e ao que pretendo transmitir.

Há cerca de 12/13 anos e devido aos ciclos em que a economia é fértil e nos surpreende (lembram-se da crise do sub-prime em 2008), vimo-nos com cerca de 40 pessoas, diminuição exponencial do trabalho e em consequência, com excesso de mão-de-obra para as necessidades. O que fazer? O que muitos tiveram de fazer e despedir pessoas para sobreviver? Não era opção! As pessoas não se deitam no lixo!

A necessidade aguça o engenho…!

Falámos com as pessoas e criámos um conceito “Ser emigrante em casa”, ou seja tal como tantos conterrâneos nossos que tiveram de emigrar, virámo-nos para fora, vamos, ciclicamente, trabalhar ao exterior e só que, voltamos para casa. É difícil, sem dúvida, mas, temos más notícias, não é possível ultrapassar dificuldades sem sacrifícios, essa é a verdade e a realidade. Ao contrário de tanto político que vende ilusões, na vida empresarial o sucesso vem com a transparência.

As pessoas corresponderam e correspondem de forma corajosa e resiliente, hoje temos anos que trabalhamos mais fora, do que na Madeira. É o que se chama ir à luta e não se render!

Diversificámos e desenvolvemos um novo caminho, noutras vertentes complementares (AVAC), não ficando tão expostos nas dificuldades ou falta de trabalho. Hoje, temos anos em que a nossa actividade, é superior, na nova vertente que abraçámos, o que é fantástico.

Resultados, que é o que interessa:

Hoje, somos 65 em vez de 40, somos mais competentes, mais competitivos e mais profissionais, líderes do sector a nível nacional (quantas empresas madeirenses, exceptuando os grandes Grupos, o conseguem? A partir da Madeira e com madeirenses?), as crises, são o combustível e o alimento da nossa sobrevivência, o nosso contrato “com os clientes internos” tem sido cumprido na íntegra, mesmo nas horas difíceis e eles confiam, sabem-no e acreditam.

A empresa em 2022 acabou de ter o melhor ano de sempre! Parabéns aos seus profissionais! É um orgulho!

Querem outro exemplo? Vejam o trabalho excepcional que o Turismo e os seus profissionais (englobo aqui todo o trade e todos os sectores da indústria, patrões e trabalhadores, homens e mulheres), têm feito na Madeira nos últimos anos. A “receita” que apliquei atrás, tem funcionado “ponto por ponto”… A minha admiração e o meu agradecimento sincero a todos, que não podendo cumprimentá-los um a um faço-o na pessoa do Secretário Regional Dr. António Eduardo de Freitas Jesus, que é o primeiro que tem “de dar a cara”, especialmente nas horas más...

Recordo particularmente e “por acaso”, o importante e crucial papel das Conferências do Turismo organizadas pela Ordem dos Economistas, onde ele e outros desempenharam um papel decisivo e que eu sendo dos que não nasceram “sabidos”, e humildemente, gostam de aprender, tive o privilégio de assistir e acompanhar desde a primeira hora. A tal “sorte”...!

Nomeio-o agora, porque normalmente, quando tudo corre bem ninguém se lembra..., é muito mais fácil quando “corre mal”...! Aí sim, é logo “convocado e lembrado”…!

Porque meto a AUTONOMIA nisto?

Simples, para mim, com Liderança, Estratégia, Competência, com as Opções certas, com um contrato muito sério e verdadeiro com as Pessoas, com luta, sacrifício e persistência tenho a certeza que podemos melhorar muito a que temos e aspirar a muito melhor!

Eu acredito e enquanto aqui estiver vou lutar por isso, pois sei que é possível!!!

P.S. – Já depois de concluído este texto e por coincidência, o Dr. Eduardo Jesus foi eleito na BTL “Personalidade do Ano”… E como o mundo não pára à espera, deu-se a audição na Assembleia Regional de dois dos maiores empresários madeirenses…

CONCLUSÃO - A VERDADE É COMO O AZEITE: VEM SEMPRE AO DE CIMA.

Políticos, Partidos, Empresários, etc., etc., Filhos, o problema e a questão como se vê e viu é a COMPETÊNCIA…