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Hungria apoia adesão da Finlândia à NATO mas não define data para ratificar

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A vice-presidente húngara, Csada Hende, afirmou hoje que a maioria dos membros da Assembleia Nacional da Hungria apoiam a adesão da Finlândia à NATO, mas que é necessário mais tempo para garantir a ratificação.

No âmbito da visita de uma delegação parlamentar húngara à Finlândia, para clarificar a posição do país sobre a adesão deste país e da Suécia à NATO, Hende disse que "analisar acordos internacionais demora o seu tempo".

Alguns legisladores húngaros têm levantado dúvidas quanto à ratificação da adesão, considerando que tanto a Finlândia como a Suécia têm espalhado "mentiras" sobre o estado da democracia na Hungria.

Os dois países pediram a adesão à NATO em maio de 2022, na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia, deixando para trás a posição histórica de neutralidade.

A Hungria e a Turquia são os únicos Estados-membros que não aprovaram as candidaturas dos países.

A visita da delegação à Finlândia aconteceu depois da sua visita à Suécia, onde também confirmou apoio à adesão do país.

A porta-voz do Parlamento finlandês, Matti Vanhanen, afirmou hoje que a delegação húngara declarou apoio à adesão do país à NATO, mas "não confirmou nenhuma data concreta" para a ratificação parlamentar.

Vanhanen disse que os políticos húngaros sabem que a entrada da Finlândia fortaleceria a NATO pelos seus 1,340 km de fronteira partilhados com a Rússia.

O ministro sueco dos Negócios Estrangeiros, Tobias Billström disse que no seguimento das visitas espera que a Hungria ratifique a entrada dos dois países até ao fim do atual mês de março.

A ratificação já foi adiada várias vezes desde que foi submetida ao Parlamento húngaro pela primeira vez, em julho de 2022. A votação deverá acontecer na sessão marcada para dia 20 de março.

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, é um declarado apoiante da adesão, mas afirmou numa entrevista a uma rádio nacional, em fevereiro, que percebe a posição dos legisladores.

"Como é que alguém quer ser nosso aliado num acordo militar se espalha mentiras sobre a Hungria?", adiantou.

É necessário o voto unânime dos 30 Estados-membros da NATO para a adesão de novos Estados. Todos os restantes 28 aprovaram o pedido e adesão em setembro de 2022.

A Turquia pressionou os dois países candidatos a atuar contra grupos que considera terroristas, nomeadamente curdos, como garantia para a ratificação, e sinalizou que pode votar a favor da adesão da Finlândia, mas não fará o mesmo no caso da Suécia.

Mikko Savola, ministro da Defesa finlandês disse, em fevereiro, que a Finlândia vai entrar na NATO com ou sem a Suécia, se a Turquia continuar a vedar o acesso, apesar de reforçar a preferência de entrarem em conjunto.

Acrescentou que espera que a Finlândia se torne membro da NATO antes da próxima Cimeira, que está marcada para julho deste ano.