A Guerra Mundo

ONU considera que vídeo de soldado ucraniano executado parece autêntico

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O vídeo de um soldado ucraniano aparentemente executado após gritar "Glória à Ucrânia", que se tornou viral nas redes sociais, "parece ser autêntico", declarou hoje o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

"Estamos cientes deste vídeo publicado nas redes sociais que mostra um soldado ucraniano, fora de combate, aparentemente executado pelas Forças Armadas russas. Com base numa análise preliminar, pensamos que o vídeo parece ser autêntico", disse um porta-voz do Alto Comissariado.

No vídeo, que dura 12 segundos, vemos um homem de farda militar, mas desarmado, a fumar um cigarro. Um homem, que não aparece no vídeo, diz em russo para outro camarada: "filma-o".

"Glória à Ucrânia!", gritou o soldado ucraniano, que imediatamente foi atingido por uma rajada de tiros. O homem atrás da câmara diz: "Morre, desgraçado".

O Alto Comissariado lembrou ter "documentado inúmeras violações do direito humano internacional contra prisioneiros de guerra, incluindo casos de execuções sumárias de prisioneiros de guerra russos e ucranianos".

"Devem ser realizadas investigações imparciais e eficazes sobre todas estas alegações e os responsáveis devem ser responsabilizados", enfatizou o porta-voz do Alto Comissariado.

A agência de notícias AFP não conseguiu verificar de forma independente onde e quando o vídeo foi realizado, ou se mostrava, como afirmam as autoridades ucranianas, um prisioneiro vítima de um crime de guerra.

Este vídeo viralizou nas redes sociais na segunda-feira, com muitas publicações, fotos e desenhos em homenagem à coragem e ao patriotismo do soldado.

O Exército ucraniano prometeu, na terça-feira, vingar o seu soldado.

"De acordo com dados preliminares, [o soldado morto] é o militar da 30.ª brigada mecanizada Tymofiy Mykolayovych Shadura", disse na terça-feira o Exército ucraniano na rede social Telegram.

O porta-voz da Brigada, Anatoly Iavorsky, disse à AFP que o soldado, de 41 anos, foi mobilizado em dezembro e era da região de Jitomir.

O corpo do soldado encontra-se em território ocupado e a sua identificação definitiva só será possível após a sua recuperação e perícia, disse o Exército ucraniano.