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ONU denuncia violações e agressões a mulheres sírias após terramoto

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Foto. JOÃO RELVAS/LUSA

O enviado especial da ONU para a Síria, Geir Pedersen, denunciou hoje violações e agressões a mulheres sírias, na sequência dos terramotos destruidores no país e na vizinha Turquia.

Numa reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a situação no Médio Oriente, Pedersen disse que as mulheres sírias têm estado na vanguarda dos esforços de socorro dos seus concidadãos nas linhas de frente, mas, por outro lado, também ficaram mais expostas a situações de vulnerabilidade que resultaram em violações sexuais e agressões.

"Em tempo de vulnerabilidade real, tenho ouvido relatos de mulheres a ser violadas, espancadas e assediadas. As mulheres que necessitam de cuidados pós-parto não recebem os cuidados necessários e locais apropriados para se abrigar. Meninas e meninos são especialmente vulneráveis durante esses acontecimentos angustiantes e confusos, (...) quando os adultos estão ocupados noutro lugar e muitas escolas fechadas ou sem condições", denunciou Pedersen.

De acordo a ONU, pelo menos 50.000 pessoas morreram nos terramotos nos dois países, incluindo cerca de 6.000 pessoas na Síria, principalmente no noroeste, e dezenas de milhares de pessoas continuam desaparecidas e centenas de milhares desalojadas.

Os terramotos, segundo Pedersen, ocorreram quando as necessidades do povo sírio "eram maiores, quando os serviços eram mais escassos, quando a economia estava no ponto mais baixo e quando as suas infraestruturas já estavam fortemente danificadas", atingindo muitas áreas onde viviam refugiados e deslocados internos e em áreas com graves danos de guerra.